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domingo, 25 de dezembro de 2011

Teu Olhar e as Estrelas

Ensinaram-me certa noite

A diferença entre estrelas e planetas

Ao olhar para o céu noturno

Tudo se diferenciar no brilho



As estrelas piscam

Planetas não

Seria então uma cidade à noite

Um jardim de estrelas



Com todas aquelas luzes amareladas

A piscarem em ritmo descompassado

Creio que não

Tal qual seu olhar o céu noturno é único



Suas luzes seu brilho próprio

A sensação de se perder ao encará-los

Um misto de desejo e curiosidade

Uma cidade não passa de um planeta morto e camuflado



As reais estrelas brilham por si só

Assim como teu olhar

Não dependem do homem

Para emanarem tanta luz



Teu olhar e as estrelas

Tão próximos e tão distantes recantos de luz

Ambos me fascinam e me fazem crer

Que nem o vil tempo poderá fazer nada



Nada para apagar estas chamas carregadas de vida



(Rodrigo Saraiva – 25/12/11)


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Saudade e o Poeta

A saudade às vezes
Age em mim como uma visita
Daquelas bastante inconvenientes
Que batem à minha porta sem aviso prévio

Retirando-me de um estado de conforto
No qual não escolhi estar
Mas que não me importaria
De assim permanecer por um longo período

A saudade às vezes
Chega a mim arrebatadora
Drenando todos meus pensamentos
Na direção a qual ela ordena

É como se tudo ao meu redor
Não passasse de uma infinda cegueira
Onde a única luz a me ofuscar
Seria voltada para os pensamentos que ela criou

A saudade às vezes
Destrói-me por dentro
Inunda-me o peito tirando todo o ar
Que ainda teimo em respirar

Envolto em lembranças
As quais só produzem dor e lágrimas
Sentimento de culpa e ódio
Ódio ao tempo que não foi suficiente

A saudade às vezes
É tudo aquilo que restou
É aquela memória canguru
Que carrega em sua bolsa um leve sorriso

A saudade sempre é
Aquela que me lembra do que é viver
Aquela me faz aprender com os erros
Aquele que me faz poeta

(Rodrigo Saraiva – 10/11/11)

O Tempo e os Bons Momentos

Perder horas em um tempo
Que já passou distante
Se deliciar com os bons momentos
Que podem não se repetir

O que não podemos jamais
É perder a noção do tempo
Mergulhados até o sorriso
Em distantes bons momentos

Por mais infeliz que seja o presente
Pois se nos entregarmos
Seremos meros seres do passado
Incapazes de criarmos momentos atuais

Que ao menos valham a pena serem guardados
No fundo vácuo de nossas almas
Para num futuro distante e perdido
Tornarem-se mais um novo tempo de bons momentos

(Rodrigo Saraiva 10/11/11)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tua Voz o Rio e o Mar

Queria poder seguir o curso de tua voz
Como um rio incansável buscando mar
Queria ser como um pequeno peixinho
Com aparência frágil mas vontade infinita

Para atravessar suas águas profundas
Voltando à superfície apenas para gritar teu nome
Esperando que o vento me traga algo de bom
Para que possa finalmente mergulhar

Mais fundo que nunca
Naquilo que está na mais abissal região
Encravado como um naufrágio antigo
Em um recife de corais multicores

Lá nesta escuridão está meu coração
Esperando que possa ser resgatado com o poder de tua voz
Fazê-lo emergir como um balão
Cheio de um gás muito leve

Carregado de sentimentos bons
Que deixariam meu coração poeta flutuando
Em busca do meu mar particular
Para que na mistura das águas

Ouvisse nossas vozes se unindo
Num sussurro contido
Mas que valeria mais que mil palavras
Pois o que une um rio ao mar

É o mesmo sentimento que une o sol e lua
A primavera e a flor
Meu olhar ao teu
Aquele chamado Amor

(Rodrigo Saraiva)

domingo, 30 de outubro de 2011

Vozes Esquecidas

Não quero ser mais uma
Dentre tantas vozes
Que o tempo apagou
Sem se dar ao trabalho da consulta

Não quero que a sua seja
Mais uma voz
Que o tempo apagou
Amputando meu coração

Como mensagens escritas nas mãos
Na pressa de não perder a inspiração
Mas que na mesma rapidez são lavadas
Por lágrimas invisíveis que exalam de nossos poros

Desejo que nossas vozes possam se unir
Criando algo capaz de parar o tempo
Chamado por alguns de amor
Por outros de paixão

Por mim apenas de nós
Nós que podemos parar o tempo
Nós que podemos criar o amor e a paixão
E assim eternizarmos nossas vozes

(Rodrigo Saraiva – 29/10/11)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Real Solidão

Aprendi que companhia
Não necessariamente anula
O estado de solidão de uma pessoa
Esta depende mais de cada individuo

Conversas ocas
Risadas fúteis
Lembranças esparsas
Jogos inúteis

Às vezes estar acompanhado
É pior que estar só
Pois ao menos se pode pensar
Envolto em sua individualidade

Privacidade de pensamento
Algo impalpável mas imprescindível
Pois exercitar a alma
É o que nos mantem firmes e ainda persistentes

Sinto falta de minha solidão
De meus diálogos internos e loucos
De expor para mim mesmo meus sentimentos
Aqueles mais obscuros e secretos

Falo de solidão no sentido literal
Não esta falsa e medíocre que vem de brinde
Precedida por tantas pessoas ao meu redor
Que apenas me enfraquecem a mente

E sim aquela que me fazia companhia em noites chuvosas
Onde minhas lagrimas se perdiam em meus rios internos
Desaguando em um oceano de gritos retidos
De versos escritos à flor da pele

Quero poder explodir em mim mesmo
Quero apenas papel e caneta como companhia
Quero sorrir quando me sentir só novamente
Finalmente em paz com estes sentimentos hoje amotinados

(Rodrigo Saraiva – 23/10/11)

Por Que Eu Haveria de Existir

Por que eu haveria
De manchar uma bela folha branca
Com minhas palavras tristes e feias
Tornando-a retinta como minha alma

Por que eu haveria
De insistir em escrever poesias
Se você que me inspira nunca irá lê-las
Pois sou mais covarde que poeta

Por que eu haveria
De continuar cantando teu nome
Já que é minha muda voz interior que o faz
E meus lábios insistem em permanecer lacrados

Por que eu haveria
De seguir observando a lua todas as noites
Uma vez que ela está tão inalcançável quanto ti
Dormindo serena em sua cama desconhecida

Por que eu haveria
De respirar todos os dias
Este ar intolerável para aqueles que sofrem
Martirizando ainda mais o que me resta de forças

Por eu haveria
De permanecer neste mundo
Não deviam deixar as pessoas tristes
Serem tão insistentes em continuarem vivendo

Emanando pranto
Chorando lagrimas inúteis
Escrevendo poesias fúnebres
Carregando a escuridão do mundo nos ombros

Existindo

(Rodrigo Saraiva – 23/10/11)


O Preço do Amor

Será que devemos pagar o preço do amar
Este nem sempre custa pouco
Pode-nos deixar muito pobres
Escravos deste único sentimento

Ligados a uma divida ininterrupta
Que nos corrói o coração
Até este se esfarelar por inteiro
Em minúsculos grãos amarelados

Que serão carregados por ondas
Ondas cada vez maiores e mais constantes
Compostas por lágrimas sem fim
A inundar toda uma existência

Ninguém sabe afirmar qual o preço de amar
Não se trata na maior parte dos casos de algo palpável
E sim daquilo que transcende o material
Dominando toda uma cascata de outros sentimentos

Mas há vezes em que custa pouco
Nada além de uma troca de olhares
De um beijo roubado
De um riso de canto de boca

Pena que nunca tive esta facilidade
Tampouco me julgo rico o suficiente
Para pagar o alto preço que este sentimento
Que sabe ser cruel sempre me impôs

Sou apenas um pobre poeta
Dono apenas de palavras sem nexo
Que sobrevive da esperança
De que o amor entre em liquidação

(Rodrigo Saraiva – 23/10/11)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Saudades


Hoje sinto saudades
De algo que desconheço
Há apenas aquela sensação
De algo apertando o peito

De lagrimas internas
Receosas em sair
De pura nostalgia
Por algo desconhecido

Um leve arrepio na pele
A respiração profunda
Uma musica capaz
De tirar-lhe deste mundo

E assim como a alma
Flutuando como uma pétala
Da mais diminuta flor
Embalada pelo vento

Sigo saudoso
De amores desconhecidos
De alegrias não sentidas
De uma existência ainda não vivida

(Rodrigo Saraiva – 27/09/11)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Música Inesquecível

Ouço na noite retinta
Sua voz cada vez mais distante
Carregada pelo vento para longe de mim
Deixando apenas um leve sussurro no ar

A chuva que persiste em cair
Lava meus olhos incessantemente
Apagando teu rastro em mim
Deixando-me apenas o tempo como companhia

A distancia insiste em nos afastar
Como uma doença a maltratar
Aquele de saúde frágil que insiste em viver
Contagiando aqueles que o rodeiam

Mas não haverá distancia
Que possa apagar estes versos
Que possa impedi-la de lê-los
Que possa fazer-te sorrir por eles

Pois o vento a chuva e a distancia
Cometeram um erro ao me deixarem com o tempo
Este me ensinou a vencê-los a ter esperança
Guarde estes versos assim como guardo tua voz

No momento certo venceremos a distancia
E não haverá chuva ou ventania capaz de nos impedir
Pois um bom sentimento é como uma música inesquecível
Que une os corações em seu laço indestrutível

(Rodrigo Saraiva – 26/09/11)

sábado, 17 de setembro de 2011

A Crença no Amor

Sempre me mandaram
Acreditar no amor
O mais nobre e puro sentimento
Aquele nos faz sorrir sem motivo aparente

Devo reconhecer que o amor
É capaz de provocar diversas sensações
Inesperadas e inexplicáveis
Com a emoção sobrepondo a razão

Talvez este seja seu grande defeito
Movido pelas emoções a queda é maior
A cegueira da paixão nos faz errar o caminho
Força-nos a acreditar no inexistente

Cada vez mais duvido deste sentimento
Pois foram tantos sacrifícios em vão
Tantas lágrimas retidas em vão
Que me sinto inundado por dentro

Com meu coração boiando a esmo
Rumo ao vazio que se tornou minha alma
Um lugar onde não cabem mais sentimentos
Muito menos este falso acalentador

Mandaram-me acreditar no amor
Mas hoje sei que não se trata apenas de crença
E se de bem querer próprio
Porque não se pode amar sozinho

Isto seria apenas dor
E a dor sim nunca anda sozinha
Traz consigo algo chamado pranto
E este por sua vez vem acompanhada pelo desespero

Que lentamente nos aperta o peito
Rouba nossas forças cruelmente
Deixando-nos sem ar com a garganta apertada
Transbordando angustia por todos os poros

Estas sensações juntas nos corroem por dentro
Como a mais forte das maresias
Fazendo-nos ruir em cacos
E uma vez sendo apenas pó temos o fim

Fim de tudo que antes nos parecia luz
De todos os sonhos cultivados com dedicação
Da pura e simples capacidade de amar o que fosse
Pois quando o amor destrói não sobra nada

Só um corpo vazio teimando em se manter de pé
(Rodrigo Saraiva – 17/09/11)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Que Me Lembra a Vida

Estava ouvindo Michael Kiske (Ex-vocalista do Helloween) que hoje anda numa fase mais zen, digamos assim, daí achei a música Do I Remember a Life? (são mais de 10min de musica) belíssima e acabei me inspirando pra escrever esta poesia! Quem quiser ler ouvindo a música melhor ainda que cria o clima, hehe

O Que Me Lembra a Vida

O que me lembra a vida
Seria um pássaro a cantarolar
Com mais um nascer do sol
Feliz por mais um dia

O que me lembra a vida
Seria o balé infinito das ondas
Que se julgam capazes
De carregar para longe as amarguras

O que me lembra a vida
Seria uma bela canção
Daquelas capazes de arrepiar um corpo
Com apenas poucas notas exaladas

O que me lembra a vida
Seria um sorriso de quem se ama
Com poder de te elevar o espírito
A alturas antes impossíveis

O que me lembra a vida
Seria a lua senhora da noite
E sua incrível capacidade
De enlouquecer diversos corações

O que me lembra a vida
O que seria a vida
Não sei desta não lembro mais
Hoje não sou nem ao menos capaz de viver

(Rodrigo Saraiva – 16/09/11)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tua Voz e Tua Canção

Sempre levei a vida
Embalado por canções diversas
Para cada momento havia uma melodia
Desde sinfonias trágicas à baladas de amor

Mas certa vez longe de casa
Cercado pelo frio da noite
Escutei pela primeira vez uma musica muda
Que grudou em meus ouvidos insistentemente

Usei toda minha imaginação
Para tentar em vão acertar o tom
Mas obstáculos teimavam em me atrapalhar

Hoje finalmente descobri o que embalou
Foi tua voz singela e ao mesmo tempo distante
Que como o mais inesquecível refrão

Me fez ter a certeza de que a carregarei para sempre
Não apenas em meus ouvidos gastos

Mas também neste outrora gélido
Coração de poeta cansado

 (Rodrigo Saraiva – 14/09/11)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Lua Mulher

Nunca desejei tanto
Que a lua estivesse ao meu alcance
E que você fosse esta rainha da noite

Pois assim como a lua és inalcançável
Mas devia como ela deixar um rastro de luz
Capaz de se propagar na escuridão de meus pensamentos

Para que assim como a lua ilumina a obscura noite
Você iluminasse o que me resta de coração
Tornando esperançosa minha jornada

Somente como lua eclipsada temeria não vê-la
Enquanto fosse crescente nosso amor se fortaleceria
Atingindo sua plenitude quando estivesse cheia

Mesmo não podendo jamais tocá-la
Vê-la tão radiante me deixaria feliz como nunca
Sentiria menos o eterno vácuo que me preenche

Peço-lhe encarecidamente que não seja jamais lua minguante
Pois senti-la murchar gradativamente em meus olhos
Destruir-me-á as esperanças de seguir te buscando a cada noite

Passaria as noites restantes de minha vida
Vagando a esmo na escuridão vencedora
Aguardando inconsolável o momento da ressurreição

Lua nova
Amor revivido
Adoração ainda maior

Teus ciclos regeriam minha existência de bom grado
Como lua seria seu admirador mais devoto e fiel
Mas como mulher seria aquele que jamais desistiria de ti

Pois não há distancia por mais infinda que possa parecer
Capaz de destruir um amor incondicional
Que fez de meu coração poeta sua moradia definitiva

(Rodrigo Saraiva - 13/09/11)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Boneca de Porcelana (à Juliana Marques)

Escrevo para ti minha amiga
Pois há tempos vem me cobrando esta poesia
Chegou o momento desta ser escrita
Serei breve farei um poema para ti

Escreverei sobre você que parece uma boneca de porcelana
Com o rosto singelo e gestos angelicais
Exalto-lhe a paciência ao mesmo tempo
A tua luta pelos teus direitos

Tu és poetiza envergonhada
Não tenho dúvida que escreveste muito bem
Ainda um dia teus versos serão por mim lidos

Procuro defeitos que desconheço em vão
És perfeitinha demais para tal e não me critique por isto
Apesar de que esta amizade resiste às críticas e vive em paz

(Rodrigo Saraiva – 2002)
OBS: Olha o que encontrei Ju!

domingo, 11 de setembro de 2011

O Poder do Tempo

Hoje compreendo melhor
O grande poder que o tempo exerce sobre nós
Principalmente no que diz respeito à dor
Aquela que nos corrói incansável o peito

Nos deixa pisando em vácuo
Gritando sons inaudíveis
Inundando-nos de lagrimas os órgãos
Meros sobreviventes em noites insones

Só o tempo acalma o peito
Faz nosso coração bater por algo novamente
Faz da saudade doentia uma lembrança boa
Acompanhada de um sorriso leve e sincero

Apenas o tempo nos faz sonhar
Com aqueles que não mais aqui estão
E nos faz acordar mais leves
Querendo que aquele sonho fosse eterno

 Graças ao tempo hoje vivo em paz
Pois sei que tudo que foi bom um dia
Será eternizado em todos os demais
Acompanhando-me enquanto eu respirar

(Rodrigo Saraiva – 10/09/11)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Lua e o Coração Voador

Será que muitos já tiveram
A sensação de ter o coração apertado
De uma sufocante angustia
Que os rouba este ar imundo que respiramos

É assim que tenho me sentido
Uma sombra crescente e indócil
Detentora de infindos receios
E dores diversas acumuladas

Um grito mudo e inútil
Vagando em vão num mundo insensível
Que ao longo dos anos me acumulou
Com seus prantos órfãos

Mas já me faltam forças para seguir
Não passo de um poeta trágico e fraco
Que após tantos anos se nutrindo
De palavras tristes e versos funestos

Resolveu desistir de tudo
Do estrangulado coração
Aos gritos detentores do silencio
Para tentar sobreviver ou seria viver

Viver pela primeira vez de fato
Deixar para trás o passado fúnebre
 E finalmente voar livre
Rumo a uma antes inalcançável lua

Para muitos motivo de adoração
Para mim de esperança
Para muitos caracteriza o mistério
Para mim o mais puro amor

Amor por você
Que me tirou da escuridão
Inundou-me com sua luz calorosa
E ensinou meu coração a viver

(Rodrigo Saraiva – 20/05/2011)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Nuvens

Queria poder ser uma nuvem
Pois invejo sua ampla liberdade
Uma nuvem não esconde sentimentos
Ao contrário de minha triste pessoa
                                                               
Queria poder transformar minhas lágrimas retidas
Em uma pesada chuva de uma carregada nuvem grafite
Para lavar minha alma de tanto sofrimento
Renovando-me as forças para tentar novamente

Queria poder traduzir o que sinto sob diversas formas
Tal qual uma nuvem e suas muitas variações
Saber demonstrar o que carrego no peito
Sem máscaras nem muros de gelo

Queria que o vento me embalasse
Que me arrastasse quando preciso fosse
Impedindo-me de cometer tantos erros banais
Dissipando-me no ar e me tornando um fardo a menos

Queria não ter apenas uma qualidade das nuvens
A do sentido figurado onde cada qual que olha
Enxerga aquilo que lhe é conveniente
Já que isso não traduz quem sou

Queria apenas não ser assim
Não ser nuvem
Ser apenas erros
E um poeta em busca de constante redenção

(Rodrigo Saraiva – 08/08/11)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

3º Dia em Paris – Louvre e correria!

O último dia na verdade de resumiu a uma manhã! Uma manhã pra ver o Louvre!!! Bom, adianto que não foi bem culpa minha, pois não tinha lá como deduzir que o museu fecharia em plena terça-feira! Nem Ariadne que mora lá a 11 anos sabia disso! Então só sobrou a manhã de quarta para isso! Fui uma correria doida, mas no fim das contas deu pra ver o básico do básico. Monalisa, Vênus de Milo... vale ressaltar que a Monalisa me decepcionou! Achava que seria O quadro, mas é uma pintura pequenininha e muito mais sem graça que outras de Da Vinci que vi por lá! Do Louvre, mais correria pra casa pegar as malas e embarcar no trem direto para o Charles De Gaulle. Lisboa seria a próxima e última parada antes de voltar ao Brasil! Terminando onde tudo começou!

Louvre






Monalisa


Vênus de Milo

do Gênio Michelangelo



Dentro da Pirâmide de Vidro

2º Dia em Paris - Notre Dame, Rio Sena, Torre Eiffel, Moulin Rouge e Opera

O segundo dia em Paris começou com uma bela e longa caminhada. Da casa de Ariadne até a Torre Eiffel deu mais de uma hora. Apesar de que o trajeto foi muito agradável. Temperatura acima dos 10°C, Notre Dame, Rio Sena, Fontes e Estátuas. Uma vez na Torre, ainda mais impressionante de dia, foi a hora de pagar as promessas e "tirar fotos com todo mundo", nem que tenha sido com seus nomes em papeizinhos! Na volta pra casa uma passada no mercado para comprar o almoço (pizza!). Depois de um descanso pós-desjejum, de volta pra rua, desta vez em cia de nossa amiga-guia Ariadne. Seguimos em direção ao tradicional bairro de Montmartre, com suas ruas estreitas e cheias de artistas, pintores e artesãos, além de uma belíssima igreja que mais parecia o Taj Mahal! Fora que o bairro fica numa parte alta da cidade, onde se pode vê-la quase que por inteira. Descemos pela rua do clássico Moulin Rouge e encerramos já a noite, passando pela Ópera de Paris! No dia seguinte, Louvre e ida para Lisboa!

Notre Dame

Estátua de Carlos Magno


Atravessando o Rio Sena





Torre Eiffel


Vista aérea da cidade

Moulin Rouge

Ópera de Paris

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Janelas

Vocês já tentaram viajar a noite? Provavelmente sim.
E quanto a viajar de ônibus a noite, tendo o vidro completamente embaçado, onde tudo que se vê são deformidades e lampejos de luz? Não? Nunca? Eu sim. Duas vezes.
Vale ressaltar de antemão, que um vidro embaçado, independentemente de onde você esteja passando, torna os lugares, se não iguais, bastante similares.
A primeira vez que atentei para a questão da observação noturna através de um vidro completamente turvo, foi indo de Londres para Swansea, ou seja, da Inglaterra para o País de Gales. O mês: dezembro. O clima: frio, uns 10 C (tinha acabado de chegar do verão soteropolitano). A rota: Londres – Bristol – Cardiff – Bridgend – Neath – Port Talbot – Swansea, mais ou menos isso. Enfim, tinha acabado de encarar uma maratona aeroportuária e estava em pleno dia de meu aniversário. Tinha deixado Salvador às 23:55 da véspera deste dia, chegando em Lisboa perto do meio dia horário local. Despois de umas quatro horas aguardando no aeroporto lusitano, foram mais duas horas e meia para Londres e de lá mais quatro de ônibus me aguardariam até a tão esperada chegada à segunda mais cidade galesa. Bom, deixando de enrolação, assim que entrei no ônibus da National Express, fiquei decepcionado, pois todos os vidros estavam embaçados. “Poxa, queria ir observando a paisagem!” ­– pensei tristonho. Creio que o “problema” se dava porque lá fora estava frio e no interior do ônibus tinha aquecedor.
Admito que adormeci após uma hora de viagem. O cansaço me venceu. Quando acordei, já estávamos atravessando a fronteira para Gales, foi quando passei a “viajar” nesta questão do vidro embaçado. Primeiro fiquei curtindo a questão do transito ser invertido lá, daí passei a reparar que não dava para distinguir direito alguns carros, pois não passavam de um borrão de luz amarelada vindo em sentido contrário. O céu era um misto de negro e cinza, com nuvens carregadas (nenhuma novidade se tratando de Reino Unido). A cada cidade que passava era aquela mistura de curiosidade e excitação, querendo ver tudo que era possível de cada lugar, mesmo que fosse apenas durante o trajeto entre a rodoviária e a estrada e mesmo que, dependendo de onde estava sentado no ônibus (fiquei mudando de lugar), os contornos da cidade estivessem completamente distorcidos e borrados (o natal se aproximava, então era aquela loucura de luzes vermelhas, verdes e amarelas borradas se misturando).
Bom, já a segunda experiência neste âmbito, se deu em lugar completamente oposto ao anterior. Depois que voltei ao Brasil me envolvi num projeto do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza (MDS) em parceria com a ONG Bem Estar Familiar do Brasil (BEMFAM) que está avaliando a questão da implantação de cisternas no semiárido brasileiro e como isto pode melhorar a qualidade das famílias envolvidas na pesquisa (mas isto será assunto de outro post que virá em breve). O ponto que quero chegar é o seguinte: após três semanas no município de Araci (BA), aproveitei que folgaria na segunda-feira e resolvi passar o dia em Salvador para resolver assuntos pendentes. O trecho Araci-Salvador leva mais ou menos as mesmas quatro horas do trajeto Londres-Swansea.
Mais uma vez viajei a noite e mais uma vez o vidro estava completamente turvo. Obviamente não se tratava de frio, o problema desta vez era sujeira mesmo. Era tanto pó que mesmo se fosse dia, não daria para ver muita coisa. Assim que deixei a pequena rodoviária da simpática Araci, me veio aquela sensação de “eu já vi esse filme”. Rapidamente me lembrei do ocorrido meses antes e resolvi comparar as duas viagens através de vidros embaçados. Ah! Estava esquecendo o roteiro, foi o seguinte: Araci – Teofilândia – Serrinha – Santa Bárbara – Feira de Santana – Salvador. Pronto, roteiro dito, vamos as comparações. Primeira e mais óbvia delas, o transito é no sentindo contrário (Oooooohhhhh!!!!), mas as luzes piscando em meu rosto foram as mesmas, com a diferença que tentei percebê-las depois que o carro passava, para ver aquele breve ponto vermelho borrado da luz do freio. Outra questão, guardando as devidas proporções é claro, mas rodoviárias de cidades do interior são tudo a mesma coisa. Aquela maresia que quem viaja a noite conhece. Em várias delas, seja em Serrinha ou Port Talbot, o ônibus entra, fica uns minutos parado, nada acontece e ele segue viagem.
Vocês podem se perguntar de onde estou tirando essa conversa meio sem-noção, mas é coisa de quem não tem o que fazer mesmo. Por exemplo, em Serrinha, enquanto o ônibus se dirigia da rodoviária para a estrada, percebi que havia uma mulher andando sozinha na calçada. O grande negocio disso tudo foi que através do vidro embaçado (somado ao fato de ser noite) não pude distinguir se ela era bonita ou não, se era nova ou velha. Que fantástico estimulo para minha imaginação, passei quase uma hora divagando acerca desta misteriosa mulher.  
No fim das contas percebi que a janela do ônibus, esteja ela suja ou embaçado, me fez ver o mundo de maneira, no mínimo curiosa e momentos assim tem mais importância do que aparenta ao longo destas linhas. Ver as coisas por outro ângulo muitas vezes leva a reflexão e nada melhor do que durante uma viagem longa, sozinho com seus pensamentos, para que muita coisa mude em sua cabeça. Pode parecer loucura tudo que foi dito acima, mas depois destas duas noites, nunca mais olharei por uma janela de vidro da mesma maneira. Sempre lembrarei das luzes (vidas) piscando e se apagando, de uma mulher (amor) sempre misteriosa (o) e de como algo novo pode surgir a cada borrão (momento).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

1º Dia em Paris - Anoitecer na Cidade Luz!

Depois de 3h de vôo, chegamos à Paris, a cidade Luz! No aeroporto fomos recebidos por um amigo de Camila, o Ramanadi (?), que nos acompanhou até nosso ponto de ônibus onde encontramos minha amiga, Ariadne Mizuno (pra quem não conhece, ela foi minha colega na época de colégio e já mora em Paris há 11 anos) que nos levou até seu apartamento, onde ficamos muito bem hospedados (apesar dos 5 andares de escada com malas nas costas - estavam trocando o elevador que era da década de 40!!! Por que será né?) e fomos muito bem tratados por toda a família dela!
Enfim, após alojados, Mizuno nos levou pra conhecer um pouco as redondezas, mas acabamos por andar por umas 3h, inrrompendo a noite. E que noite! O anoitecer incluiu pôr-do-sol no rio Sena, missa na Notre Dame, show de luzes da Torre Eiffel, Arco do Triunfo e Louvre; ainda conhecemos os bairros: turco, árabe, gay, negro, indiano (em Paris a segregação é muito forte, os bairros não se misturam mesmo!). Ao voltarmos de ônibus (é claro) para casa, ouvindo as lamentações de cansaço da Ariadne, hehe, dormi que nem anjinho, me recuperando para o dia seguinte que teria mais andanças, Moulin Rouge e mais Eiffel e Notre Dame!

Com minha afitriã Ariadne

Notre Dame

Por dentro

Bairro típico

Pôr-do-sol no Sena

Torre Eiffel à noite!

Arco do Triunfo

Lindo!