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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Palavras

Percebo que as palavras
São mais frágeis do que imaginava
Inúteis e incompletas em certos momentos
Incapazes de demonstrar o todo
De expressar a tristeza que carrego
Que causa uma tempestade em mim
Inunda-me com lagrimas internas
Afogando meu coração de pranto

Palavras são puras demais
Para descrever o que me corrói
O que torna o ar irrespirável
Intragável a cada suspiro
Como uma negra fumaça pestilenta
A melancolia que carrego como cruz
Domina minha alma implacavelmente
Tornando refém de lembranças ruins

Palavras às vezes são versos invisíveis
Ecos imperceptíveis de um grito mudo
Incapazes de mancharem o papel sedento
Que clama pelo sangue em que a dor se lambuza
Pesadelos constantes em noites sem luar
Espasmos de um frio que se sente só
Roubando-nos a consciência de que existimos
E pulsamos para darmos-lhes vida

Palavras são sinfonias fantasmas
Como melodias efêmeras de desejos reprimidos
Poesias nunca antes escritas por mãos trêmulas
Amores incapazes de se revelarem
Estrelas cujo brilho podem se apagar
E ainda assim não perceberemos a tempo
São sentimentos perfeitamente camuflados
Que seguirão tenazes dominando este ser que vos escreve

(Rodrigo Saraiva – 31/07/14)





Anjo Meu

Sinto saudade da sua paz.
Da tranquilidade que você me traz.
Ando achando que estou perdida.
Tenho medo, estou com medo.
Onde está o teu sorriso?
Agora já não me bastam fotos,
quero tanto poder assistir
o teu sorrir de perto.
Escutar o som da tua risada.
Ouvir-te conversar comigo,
mesmo que seja em silêncio.

Estou com medo.
Sim, é isso, muito medo.
Anjo, por favor, acalma minha alma.
Venha me abraçar,
preciso do seu carinho,
do seu beijinho de passarinho.
Ei, anjo, me escuta?
Eu juro que isso tudo é saudade.
Um violão, um banco, um abraço,
um casaco, o vento e o teu cantar.
Mas que saudade de lhe ouvir falar.

Tenho medo.
Tanto medo.
e o maior deles,
é não lhe abraçar a tempo.
Antes que a  saudade me consuma.
Sua voz me acolhe.
E de repente, ao seu lado, me sinto segura.
Vejo todos os meus pedaços se juntarem.
Me sinto inteira.
Você.
Nós.

Ajude-me a te encontrar.
Pois acredito em anjos.
Cuide de mim,
me deixe sempre a sorrir.
Saudade de ti.
Quanto tempo sem te ver.
Como queria te olhar nos olhos.
Te ver de perto.
Te sentir, de certo.
Teu cheiro adocicado.
Como eu queria o teu abraço.

Tenho tanto medo.
De não sentir tua mão novamente.
Suave, doce, quente.
Anjo, que saudade de ti.
A lua veio me dizer que você anda a adormecer
Embalado nos braços da noite.
Ofuscando estrelas pálidas.
Os teus olhos, meu abrigo.
Teu sorriso,
meu sonho lindo.
Saudade de você.

(Luana Valente/Rodrigo Saraiva – 31/07/2014)





Mar Branco

Primeira poesia escrita em parceria com minha talentosíssima parceira de poesias, Luana Valente! Que seja a primeira de muitas!

Mar Branco

Quando o carinho é maior
Do que a vontade de se conter
Deixo transparecer
O que de mim vem para você
Como um mar branco
Cheio de sonhos
Mar de santo
Manto da paz
Orixás da fé
Axé

Quando o carinho é maior
Do que a vontade de se conter
Deixo transparecer
A paz que você me traz
Como um mar branco
Um abraço com o coração
Guardião sagrado
A me proteger
Serena alma
Você


(Luana Valente/Rodrigo Saraiva – 29/07/2014)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Olhar Entre Si

Quando duas pessoas olham entre si
Penetram fundo na alma
Despem-se de qualquer barreira
Exalam compreensão por todos os poros
Palavras tornam-se inúteis
Sorrisos apenas um complemento
Pois quando duas pessoas
Olham entre si
Não existe nada além de um sentimento
Puro e arrebatador
Que basta a si mesmo
Onde nem mesmo o tempo importa
A vida torna-se um detalhe
Já que o poder de um olhar
Carrega em si a leveza da eternidade


(Rodrigo Saraiva – 27/07/2014)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Um Novo Começo

Mal posso esperar
Para começar de novo
Guardar o tempo só para mim
Nos recônditos de minha alma
Para que ninguém possa chorar
Pois o som de uma lagrima
É o desespero mais profundo
Melhor seria todos possuírem
Os olhos desertos e secos
Jamais castigados por desejos
Que corrompem a pureza
Daqueles que tentam ser paz
Tentações abrasadoras
Para quem ainda busca salvação
Lábios desejosos de carinho
Entreabertos e ansiosos
Pulsando sentimentos calorosos
Levando para longe qualquer razão
Adiando implacavelmente qualquer chance
De um novo começo
Há tanto aguardado


(Rodrigo Saraiva – 07/07/14)