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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Tua voz teu olhar e o tempo

É chegada a hora
De personificar a voz
Voz esta por vezes esquecida
Mas acompanhada de um sorriso
Sempre que lembrada

Curioso é o fato
De que ao conhecer a dona de tal voz
Não a presenciarei por mais que instantes
Destes que surgem mas são levados
Carregados pelo abraço implacável do tempo

Ainda assim
Admito que um olhar é eterno
Uma voz por mais doce que seja
Pode-se tornar apenas uma boa lembrança
Mas um olhar é capaz de fincar raízes
Ainda mais profundas que um mero sentimento

Quando se conhece a dona de uma voz
O tempo não mais importa
Sejam segundos ou anos
Pois a união entre uma voz e um olhar
Destruirá aquilo que insistirá em nos seguir
Toda aquela enorme distancia erguida por este mesmo tempo

(RODRIGO SARAIVA – 02/01/12)

A Solidão e a Nostalgia

Depois de passar noite a sós
Chega-se a uma conclusão deveras óbvia
A de que solidão e nostalgia são palavras que se completam
Hoje creio ser impossível dissociá-las

E não acho que isso é um fato negativo
A solidão tem suas vantagens e não são poucas
É a melhor amiga e confidente dos pensamentos
É aquela que nos permite de maneira mais fácil ficar em paz

Já a nostalgia tornou-se aquilo que me mantem de pé
Torna-se a substituta do presente
Quando este não vai bem basta se tornar nostálgico
E se puder fazer isso sozinho melhor ainda o resultado

Podem até pensar se tratar esta de uma poesia irônica
Admito que realmente soe como tal
Mas não se trata de ironia talvez de uma verdade dolorida
Mas que somada ao tempo se torna mais palatável

Futuro
Quanto ao futuro
Palavra estranha e falsamente distante
Não sei se o quero por perto por enquanto

Atualmente solidão e nostalgia
Bastam-se e se completam
Preenchem meu tempo e meus pensamentos
Permitem-me continuar vivendo

Futuro
Quem sabe um dia chego lá
E tudo que disse acima não será uma nova nostalgia
Em mais um momento de solidão

(Rodrigo Saraiva – 01/01/12)