Pesquisar este blog

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Produção Independente

Sempre dizem que a arte imita a vida
Ou seria o contrário
Acho que talvez os dois
Filmes à flor da pele
Histórias reais baseadas em fatos
Amizades fictícias não são premiadas
Produções amadoras de sucesso
São aquelas que nutrem o que somos
Como filmes estrangeiros distantes
Guardados com carinho na memória
Daqueles sensíveis o suficiente
Para entender as legendas/entrelinhas
Longas metragens imunes ao tempo
E nós desejando que estes virem curta metragens 
Um mergulho de cultura e carinho
Seremos nós atores de nossa produção independente

(Rodrigo Saraiva – 08/01/15)


Ano Novo

Novo ano (mesmos versos)
Novos amores (platônicos ou poéticos)
Novas desilusões (quase sempre repetidas)
Novas dores (do coração ou da alma)
Novas alegrias (por vezes às custas dos outros)
Novas amizades (ou renovações de antigas)
Novas lágrimas (visíveis ou internas)
Novas aventuras (oceanos de montanhas)
Novos olhares (correspondidos ou não)
Novos sorrisos (muitos falsamente amarelados)
Novos apertos no peito (larápios do ar alheio)
Novos desafios (impossivelmente camuflados)
Novas conquistas (suores de satisfação)
Novas esperanças (imortais quase sempre)
Novas noites de insônia (lua de todos os versos)
Novas descobertas (decepcionantes desconhecidas)
Novas melodias (cantigas de ninar à vida)
Novos desenhos nas nuvens (algodões doces de mentirinha)
Novos beijos tímidos (precursores de infinitas poesias)
Ano novo (inevitável)
Tudo novo (utopia)
Nada novo (como sempre)
De novo (final do que jamais foi)


(Rodrigo Saraiva – 31/12/14)

Se Pudesse Escrever Com Lágrimas

Se pudesse escrever com lágrimas
Estes versos seriam infindos
Tais quais estrelas de brilho fraco
Em uma negra noite de solidão

Se pudesse escrever com lágrimas
Talvez esta dor não encontrasse jamais
Palavras sinceras o bastante
Para exporem cruamente este pranto retido

Se pudesse escrever com lágrimas
Talvez conseguisse respirar novamente
Sem esta angústia que me rouba o ar
Apertando e corroendo impiedosamente meu peito

Se pudesse escrever com lágrimas
Ser poeta não seria mais um dom
E sim carregar a mais pesada cruz
Repleta de corações partidos e amores não vividos


(Rodrigo Saraiva – 30/12/14)

Novo Amanhecer

Com o céu em aquarela
Mais um suspiro chega ao fim
Nuvens dissolvendo-se ao vento
Dominantes imparciais do céu

Com a luz diurna brilhando só
Mais um sussurro chega ao fim
Múrmuros ao pé do ouvido
Declamados por almas enamoradas

Com o mar recuando rumo ao nada
Mais um pôr do sol chega ao fim
Levando consigo a luz do mundo
Tornando escuridão aqueles incapazes de brilharem

Com o aparecimento da primeira estrela
Mais um adeus chega ao fim
Pois é chegado o momento de renovarmos o amor
E de mãos dadas aguardamos um novo amanhecer


(Rodrigo Saraiva – 29/12/14)