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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pássaros Humanos



Inevitável às vezes não compararmos
Os pássaros com os humanos
Pelo menos para mim
Principalmente com relação a relacionamentos

Como não admirar aqueles fiéis
Unidos por toda uma existência
Verdadeiras historias de amores perfeitos
Onde nem o tempo pode ser menosprezado

Pois estes animais vivem muitos anos
Talvez até tenham seus desgastes
Mas não tão doentios como os dos humanos
Não tão egoístas e inúteis

Sinto-me um privilegiado por ter em minha vida
Uma pessoa que nem é pássaro nem humana
É simplesmente alguém que me faz feliz
Capaz de ignorar o tempo e distancia

Que me permite escrever
Que abastece sempre de boas lembranças
Esta mente deveras desgastada
Mas que nunca a esquecerá

Como pássaros humanos que somos

(Rodrigo Saraiva – 31/05/12)





Sonhos e Estrelas



Interessante seria se pudéssemos
Conectar nossas almas
Pelo menos em sonhos
Em noites de solidão mutua

Sonharmos um mesmo sonho
Vivermos juntos na distancia
Mesmo que em pensamento
Mas ainda assim algo levemente palpável

Pois em num sonho assim
Poderia te tocar novamente
Ver-te arrepiar de leve
Quando eu acariciasse teus cabelos

E você poderia novamente me conquistar
Com mais um sorriso contagiante
Mais um abraço sincero
Mais um beijo inesquecível

Em sonho seriamos
Mais duas estrelas a preencher o céu
Mas apenas uma para aqueles que as olhassem
Pois elas estariam sobrepostas unidas

Para sempre reais em nós

(Rodrigo Saraiva – 29/05/12)

sábado, 5 de maio de 2012

A Lua Cheia e a Escuridão



Todas as noites deveriam ter lua cheia
Para que com sua luz dourada
A escuridão fosse vencida ao menos nestes momentos
Pois é na noite que as trevas fazem morada

Tirando-me a vontade de seguir
Turvando pensamentos
Arrepiando-me a pele
Entrecortando minha respiração

Quando a escuridão encontra a solidão
Meu sorriso já antes tímido
Esvai-se lentamente
Deixando-me apenas um tremor débil nos lábios

Mantenho o olhar fixo na lua
Tentando me cegar com tua luz
Em busca de uma cegueira branca
Em busca da paz perdida

E uma vez tendo vencido as trevas
Tornando-me apenas luz
Não teria mais medo de fechar os olhos
Ou de insistir inutilmente em mantê-los abertos

(Rodrigo Saraiva – 05/05/12)

Eclipse


                                                                                  

Poucas vezes nesta efêmera vida
Uma metade de hora
Foi-me tão angustiante

Pela primeira e espero única vez
Temi fervorosamente a noite
Nunca quis tanto me fazer luz

Pois naquela metade de hora
Daquela fatídica noite
Perdi o que mais me era caro

Contra minha vontade própria
Prostrei-me imóvel à janela
A contemplar um ultimo crepúsculo feliz

De forma lenta e dolorosa
O céu foi se tornando retinto
Inundando de pranto meu ser

Pude vê-la surgir inocente
Do quanto me causaria dor
Como sempre estava dona dos céus

Capaz de me congelar o olhar
De fazer-me perder em tua prateada luz
E tentar em vão estagnar o tempo

Pois em poucos instantes
Aquele que te ama não iria mais bater
Ficaria estático aguardando teu regresso

E assim em prantos e estagnado
Observei-a tornar-se chamas
Pouco a pouco sendo consumida

Enfim tua luz cessou
Minha respiração cessou
Tombei

Acordei afoito
A metade de hora passara
Olhei desesperado para o céu

Pude finalmente voltar a respirar
Meu coração pôde voltar a por ti bater
Pois aquela que me é vida voltou

Ò minha lua de tantas poesias
Tantas noites adoradas por ti
Tantos amores declarados por ti

Imploro-te com os olhos banhados
Que jamais permita que a tristeza a domine
Não mais se faça escuridão

Para que eu possa viver em paz
Que possa lhe fazer eternamente feliz
Para enfim amá-la mais cada noite

Adeus à Lua


                                                                                    
Agora que se aproxima o momento
Sinto algo entalado na garganta
Um friozinho na barriga
O mundo todo parece rodar

Depois de tudo que aconteceu
De tantas noites
Tantas musicas a nos embalar
Tantas histórias narradas

Depois de tudo que poderia ter acontecido
Do olhar nunca travado
Da viagem que nunca ocorreu
Do sonho chamado abraço

Agora que se aproxima a despedida
Sinto algo indescritível
Uma sensação de vazio me consome
A noite nunca esteve tão retinta

Sinto que nunca mais verei
Aquele dourado que me cativou
Nas noites escuras e frias
Aquela tua luz que tanto me guiou

Partirei é verdade
Mas lhe prometo que algo em mim
Permanecerá intacto
Um sentimento verdadeiro

É algo que não precisa de palavras
Nós e apenas nós sabemos o que é
Basta por si só é infindo e invejado
É tudo aquilo que nos manterá unidos na distância

O poeta e a lua
Dois seres
Duas vidas
Um sentimento

As Cores da Lua


                                                                          
As cores da noite
Muitas vezes esquecidas
Outras apagadas desbotadas
Mas sempre perceptíveis para aqueles

Aqueles que têm a lua no coração
Pois sem a mesma tudo seria retinto
Não valeria a pena caminhar na areia a noite
Se não houvesse seu brilho dourado tingindo o mar

Não existiriam cachorros cantando na escuridão
Uma inexplicável ode a tua existência
Nem haveria pessoas como eu
Como tantos poetas apaixonados por ti

Lua de todas as cores
De tantos amantes
Dona de minha existência
De meus versos e coração

(Rodrigo Saraiva – 2008)

Nosso Amigo Pássaro e Tua Felicidade



Quero que abra suas mãos em forma de concha
Para receber aquele que sempre nos atende
Pois desta vez nosso amigo pássaro
Tem algo muito importante para lhe dar

Uma simples mensagem composta por duas palavras
Mas que valem neste momento
Por tudo aquilo que mais te desejo
Mais até do que a presença ou teu olhar

Talvez este apenas ao ler a mensagem
Creio que se este viesse acompanhado por um sorriso
Não poderia pedir-lhe mais nada por um bom tempo
E olhe que para nós ele é bem cruel

Nosso amigo pássaro já está a cruzar o céu
Guiado por uma lua capaz de refletir nossos pensamentos
Evitando assim que nosso amigo erre o caminho
E encontre aconchego em tuas mãos

Quero também que desta vez ele fique contigo
Basta ler a mensagem e seguir a risca o que lhe peço
Nosso amigo pássaro se encarregará de te ajudar
E fazer-lhe o bem que a distancia não me permite

Não precisei pensar muito para escrever esta mensagem
Pois estas duas palavras refletem tudo retido em mim
Por isto lhe peço do fundo de meu combalido coração
Seja feliz