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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Serviços à Minh’alma


 A morte não pode ser tão má
Quanto tantos banais o dizem.
Que é a junção de todo mal,
A cruel ceifadora de vidas.

Que vidas? Pergunto-lhes.
Estas existências robóticas inúteis?
Que insistimos em proteger indiretamente de nós mesmos?
Tolos e sonhadores que somos.

O que há de tão ruim assim
Em sermos conduzidos para longe deste lugar podre?
Nada mais romântico do que partir com um beijo.
Um último, breve e gélido roçar.

Acho que devemos agradecê-la pelo favor.
Por nos abster de derramarmos mais prantos fúteis.
Afinal, o que são algumas lágrimas a menos
Para quem chora sangue a tanto?

Obrigado gloriosa e perspicaz dama,
Pelos serviços prestados a minh’alma.
Que hoje repousa cálida e em paz,
Sob o manto negro e subjetivo das palavras.

(Rodrigo Saraiva – 01/02/2014)


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Tipos de Lagrimas

Existem diversas tipos de lagrimas
Há aquelas mais sensíveis
Diretamente ligadas ao coração sempre criadas em abundancia
Ao menor sinal de perturbação do mesmo

Temos também as lagrimas medrosas
Receosas em escorrer face abaixo
De quem igualmente reluta covardemente
Em entregar-se ao pranto recente

Outros são as que correm ensandecidas
Contra o palpável tempo perdido
Para longe deste eterno gerador de tristeza
Sempre incansáveis buscando a longínqua paz

As mais difíceis e dolorosas
São as lagrimas de amor
Raras em momentos felizes
Excessivas como as desilusões causadas

Por vezes derramamos lagrimas saudosistas
Que formam-se quando as lembranças
Deixam de ser apenas momentos fugidios na mente
E concretizam-se em memorias encrustadas em nós

Piores são as lagrimas da alma
Incapazes de fluírem em um corpo
Corroendo cada desejo de felicidade
Prisioneiras de uma existência seca

Assim como as lagrimas mortas
Abafadas em desejos reprimidos
Carregadas de um rancor infindo
Transformadas em versos por este poeta


(Rodrigo Saraiva – 21/01/14)