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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Saudades


Hoje sinto saudades
De algo que desconheço
Há apenas aquela sensação
De algo apertando o peito

De lagrimas internas
Receosas em sair
De pura nostalgia
Por algo desconhecido

Um leve arrepio na pele
A respiração profunda
Uma musica capaz
De tirar-lhe deste mundo

E assim como a alma
Flutuando como uma pétala
Da mais diminuta flor
Embalada pelo vento

Sigo saudoso
De amores desconhecidos
De alegrias não sentidas
De uma existência ainda não vivida

(Rodrigo Saraiva – 27/09/11)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Música Inesquecível

Ouço na noite retinta
Sua voz cada vez mais distante
Carregada pelo vento para longe de mim
Deixando apenas um leve sussurro no ar

A chuva que persiste em cair
Lava meus olhos incessantemente
Apagando teu rastro em mim
Deixando-me apenas o tempo como companhia

A distancia insiste em nos afastar
Como uma doença a maltratar
Aquele de saúde frágil que insiste em viver
Contagiando aqueles que o rodeiam

Mas não haverá distancia
Que possa apagar estes versos
Que possa impedi-la de lê-los
Que possa fazer-te sorrir por eles

Pois o vento a chuva e a distancia
Cometeram um erro ao me deixarem com o tempo
Este me ensinou a vencê-los a ter esperança
Guarde estes versos assim como guardo tua voz

No momento certo venceremos a distancia
E não haverá chuva ou ventania capaz de nos impedir
Pois um bom sentimento é como uma música inesquecível
Que une os corações em seu laço indestrutível

(Rodrigo Saraiva – 26/09/11)

sábado, 17 de setembro de 2011

A Crença no Amor

Sempre me mandaram
Acreditar no amor
O mais nobre e puro sentimento
Aquele nos faz sorrir sem motivo aparente

Devo reconhecer que o amor
É capaz de provocar diversas sensações
Inesperadas e inexplicáveis
Com a emoção sobrepondo a razão

Talvez este seja seu grande defeito
Movido pelas emoções a queda é maior
A cegueira da paixão nos faz errar o caminho
Força-nos a acreditar no inexistente

Cada vez mais duvido deste sentimento
Pois foram tantos sacrifícios em vão
Tantas lágrimas retidas em vão
Que me sinto inundado por dentro

Com meu coração boiando a esmo
Rumo ao vazio que se tornou minha alma
Um lugar onde não cabem mais sentimentos
Muito menos este falso acalentador

Mandaram-me acreditar no amor
Mas hoje sei que não se trata apenas de crença
E se de bem querer próprio
Porque não se pode amar sozinho

Isto seria apenas dor
E a dor sim nunca anda sozinha
Traz consigo algo chamado pranto
E este por sua vez vem acompanhada pelo desespero

Que lentamente nos aperta o peito
Rouba nossas forças cruelmente
Deixando-nos sem ar com a garganta apertada
Transbordando angustia por todos os poros

Estas sensações juntas nos corroem por dentro
Como a mais forte das maresias
Fazendo-nos ruir em cacos
E uma vez sendo apenas pó temos o fim

Fim de tudo que antes nos parecia luz
De todos os sonhos cultivados com dedicação
Da pura e simples capacidade de amar o que fosse
Pois quando o amor destrói não sobra nada

Só um corpo vazio teimando em se manter de pé
(Rodrigo Saraiva – 17/09/11)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Que Me Lembra a Vida

Estava ouvindo Michael Kiske (Ex-vocalista do Helloween) que hoje anda numa fase mais zen, digamos assim, daí achei a música Do I Remember a Life? (são mais de 10min de musica) belíssima e acabei me inspirando pra escrever esta poesia! Quem quiser ler ouvindo a música melhor ainda que cria o clima, hehe

O Que Me Lembra a Vida

O que me lembra a vida
Seria um pássaro a cantarolar
Com mais um nascer do sol
Feliz por mais um dia

O que me lembra a vida
Seria o balé infinito das ondas
Que se julgam capazes
De carregar para longe as amarguras

O que me lembra a vida
Seria uma bela canção
Daquelas capazes de arrepiar um corpo
Com apenas poucas notas exaladas

O que me lembra a vida
Seria um sorriso de quem se ama
Com poder de te elevar o espírito
A alturas antes impossíveis

O que me lembra a vida
Seria a lua senhora da noite
E sua incrível capacidade
De enlouquecer diversos corações

O que me lembra a vida
O que seria a vida
Não sei desta não lembro mais
Hoje não sou nem ao menos capaz de viver

(Rodrigo Saraiva – 16/09/11)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tua Voz e Tua Canção

Sempre levei a vida
Embalado por canções diversas
Para cada momento havia uma melodia
Desde sinfonias trágicas à baladas de amor

Mas certa vez longe de casa
Cercado pelo frio da noite
Escutei pela primeira vez uma musica muda
Que grudou em meus ouvidos insistentemente

Usei toda minha imaginação
Para tentar em vão acertar o tom
Mas obstáculos teimavam em me atrapalhar

Hoje finalmente descobri o que embalou
Foi tua voz singela e ao mesmo tempo distante
Que como o mais inesquecível refrão

Me fez ter a certeza de que a carregarei para sempre
Não apenas em meus ouvidos gastos

Mas também neste outrora gélido
Coração de poeta cansado

 (Rodrigo Saraiva – 14/09/11)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Lua Mulher

Nunca desejei tanto
Que a lua estivesse ao meu alcance
E que você fosse esta rainha da noite

Pois assim como a lua és inalcançável
Mas devia como ela deixar um rastro de luz
Capaz de se propagar na escuridão de meus pensamentos

Para que assim como a lua ilumina a obscura noite
Você iluminasse o que me resta de coração
Tornando esperançosa minha jornada

Somente como lua eclipsada temeria não vê-la
Enquanto fosse crescente nosso amor se fortaleceria
Atingindo sua plenitude quando estivesse cheia

Mesmo não podendo jamais tocá-la
Vê-la tão radiante me deixaria feliz como nunca
Sentiria menos o eterno vácuo que me preenche

Peço-lhe encarecidamente que não seja jamais lua minguante
Pois senti-la murchar gradativamente em meus olhos
Destruir-me-á as esperanças de seguir te buscando a cada noite

Passaria as noites restantes de minha vida
Vagando a esmo na escuridão vencedora
Aguardando inconsolável o momento da ressurreição

Lua nova
Amor revivido
Adoração ainda maior

Teus ciclos regeriam minha existência de bom grado
Como lua seria seu admirador mais devoto e fiel
Mas como mulher seria aquele que jamais desistiria de ti

Pois não há distancia por mais infinda que possa parecer
Capaz de destruir um amor incondicional
Que fez de meu coração poeta sua moradia definitiva

(Rodrigo Saraiva - 13/09/11)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Boneca de Porcelana (à Juliana Marques)

Escrevo para ti minha amiga
Pois há tempos vem me cobrando esta poesia
Chegou o momento desta ser escrita
Serei breve farei um poema para ti

Escreverei sobre você que parece uma boneca de porcelana
Com o rosto singelo e gestos angelicais
Exalto-lhe a paciência ao mesmo tempo
A tua luta pelos teus direitos

Tu és poetiza envergonhada
Não tenho dúvida que escreveste muito bem
Ainda um dia teus versos serão por mim lidos

Procuro defeitos que desconheço em vão
És perfeitinha demais para tal e não me critique por isto
Apesar de que esta amizade resiste às críticas e vive em paz

(Rodrigo Saraiva – 2002)
OBS: Olha o que encontrei Ju!

domingo, 11 de setembro de 2011

O Poder do Tempo

Hoje compreendo melhor
O grande poder que o tempo exerce sobre nós
Principalmente no que diz respeito à dor
Aquela que nos corrói incansável o peito

Nos deixa pisando em vácuo
Gritando sons inaudíveis
Inundando-nos de lagrimas os órgãos
Meros sobreviventes em noites insones

Só o tempo acalma o peito
Faz nosso coração bater por algo novamente
Faz da saudade doentia uma lembrança boa
Acompanhada de um sorriso leve e sincero

Apenas o tempo nos faz sonhar
Com aqueles que não mais aqui estão
E nos faz acordar mais leves
Querendo que aquele sonho fosse eterno

 Graças ao tempo hoje vivo em paz
Pois sei que tudo que foi bom um dia
Será eternizado em todos os demais
Acompanhando-me enquanto eu respirar

(Rodrigo Saraiva – 10/09/11)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Lua e o Coração Voador

Será que muitos já tiveram
A sensação de ter o coração apertado
De uma sufocante angustia
Que os rouba este ar imundo que respiramos

É assim que tenho me sentido
Uma sombra crescente e indócil
Detentora de infindos receios
E dores diversas acumuladas

Um grito mudo e inútil
Vagando em vão num mundo insensível
Que ao longo dos anos me acumulou
Com seus prantos órfãos

Mas já me faltam forças para seguir
Não passo de um poeta trágico e fraco
Que após tantos anos se nutrindo
De palavras tristes e versos funestos

Resolveu desistir de tudo
Do estrangulado coração
Aos gritos detentores do silencio
Para tentar sobreviver ou seria viver

Viver pela primeira vez de fato
Deixar para trás o passado fúnebre
 E finalmente voar livre
Rumo a uma antes inalcançável lua

Para muitos motivo de adoração
Para mim de esperança
Para muitos caracteriza o mistério
Para mim o mais puro amor

Amor por você
Que me tirou da escuridão
Inundou-me com sua luz calorosa
E ensinou meu coração a viver

(Rodrigo Saraiva – 20/05/2011)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Nuvens

Queria poder ser uma nuvem
Pois invejo sua ampla liberdade
Uma nuvem não esconde sentimentos
Ao contrário de minha triste pessoa
                                                               
Queria poder transformar minhas lágrimas retidas
Em uma pesada chuva de uma carregada nuvem grafite
Para lavar minha alma de tanto sofrimento
Renovando-me as forças para tentar novamente

Queria poder traduzir o que sinto sob diversas formas
Tal qual uma nuvem e suas muitas variações
Saber demonstrar o que carrego no peito
Sem máscaras nem muros de gelo

Queria que o vento me embalasse
Que me arrastasse quando preciso fosse
Impedindo-me de cometer tantos erros banais
Dissipando-me no ar e me tornando um fardo a menos

Queria não ter apenas uma qualidade das nuvens
A do sentido figurado onde cada qual que olha
Enxerga aquilo que lhe é conveniente
Já que isso não traduz quem sou

Queria apenas não ser assim
Não ser nuvem
Ser apenas erros
E um poeta em busca de constante redenção

(Rodrigo Saraiva – 08/08/11)