Pesquisar este blog

segunda-feira, 24 de março de 2014

Enquanto Eu Respirar

Sinto falta de não vê-la envelhecer
Imagino em vão teu rosto cansado
Marcado por momentos não vividos
Por dores e alegrias não sentidas
Teus cabelos nunca embranquecidos

Sinto falta de chamar teu nome
Do mesmo vir acompanhado de um sorriso
E um inesquecível brilho no olhar
Como um oceano esmeralda reluzindo
Ao nascer matutino de uma estrela

Sinto falta e ainda assim sigo
Alimentando minha alma de memorias
Estocando-as infinitamente em meu coração
Para que enquanto eu respirar
Não me permita jamais esquecer de ti


(Rodrigo Saraiva – 20/03/14)

Uma Poesia

Uma poesia é mais
Do que um reflexo
Da combalida alma
De um tristonho poeta

Uma poesia é mais
Do que cuspir sentimentos
Gritos desesperados e mudos
Lágrimas sabiamente ocultas

Uma poesia é mais
Do que um egoísta
Amontoado de palavras exageradas
Lembranças vãs do que se perdeu

Uma poesia é mais
Do que o desabafo de quem a escreve
É a busca incansável por emoções
Escondidas no coração de quem a lê


(Rodrigo Saraiva – 20/03/14)

segunda-feira, 17 de março de 2014

A Dieta da Saudade

Curioso o fato
Da saudade se saciar
Em tão pouco ainda que intenso tempo
Alimentando-se de breves momentos

Ficará então
Tal qual uma cobra bem nutrida
Semanas sem alimentar-se novamente
Apenas digerindo aquilo que conquistou

No caso da saudade
Hoje empanturrada de carinho
Abraços e reencontros
A mesma permanecerá adormecida

Quando chegar o momento de despertar
Virá com o intuito de tudo devorar
E caso o tempo não lhe seja favorável
Tudo que amo servirá de dieta

Restando intactos apenas estes versos


(Rodrigo Saraiva – 16/03/14) 

Rimã

Finalmente chegou o momento
De celebrar o amor
Sentimento este tão fugidio
Mas que em ti fez moradia

São raros momentos
Em que conseguimos
Mantê-lo sob controle
Domesticado como um gato
Companheiro mas independente

Amor este amigo próximo da raiva
Ainda assim concorrentes vorazes
No teu caso um desalojou o outro
Tornando-se um posseiro em teu coração

E é este raro amor vitorioso
Que hoje enalteço
Cobiçoso e deleitoso
Feliz e realizado
Observando-a vivê-lo plenamente


(Rodrigo Saraiva – 15/03/14)

sábado, 8 de março de 2014

A Morte da Poesia

Tive o prazer poético
De saber que na dor
Habitam os melhores versos

A explosão de sentimentos
Aqueles engasgados
Totalmente reprimidos
Transformam pranto em palavras

Descobri também que o excesso
De dores e prantos guardados
Emudece o poeta

Não há como escrever
Sobre lagrimas infindas
Sobre o hiato a se formar
Sobre a morte da poesia


(Rodrigo Saraiva – 02/03/14)