Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de junho de 2011

3º Dia em Paris – Louvre e correria!

O último dia na verdade de resumiu a uma manhã! Uma manhã pra ver o Louvre!!! Bom, adianto que não foi bem culpa minha, pois não tinha lá como deduzir que o museu fecharia em plena terça-feira! Nem Ariadne que mora lá a 11 anos sabia disso! Então só sobrou a manhã de quarta para isso! Fui uma correria doida, mas no fim das contas deu pra ver o básico do básico. Monalisa, Vênus de Milo... vale ressaltar que a Monalisa me decepcionou! Achava que seria O quadro, mas é uma pintura pequenininha e muito mais sem graça que outras de Da Vinci que vi por lá! Do Louvre, mais correria pra casa pegar as malas e embarcar no trem direto para o Charles De Gaulle. Lisboa seria a próxima e última parada antes de voltar ao Brasil! Terminando onde tudo começou!

Louvre






Monalisa


Vênus de Milo

do Gênio Michelangelo



Dentro da Pirâmide de Vidro

2º Dia em Paris - Notre Dame, Rio Sena, Torre Eiffel, Moulin Rouge e Opera

O segundo dia em Paris começou com uma bela e longa caminhada. Da casa de Ariadne até a Torre Eiffel deu mais de uma hora. Apesar de que o trajeto foi muito agradável. Temperatura acima dos 10°C, Notre Dame, Rio Sena, Fontes e Estátuas. Uma vez na Torre, ainda mais impressionante de dia, foi a hora de pagar as promessas e "tirar fotos com todo mundo", nem que tenha sido com seus nomes em papeizinhos! Na volta pra casa uma passada no mercado para comprar o almoço (pizza!). Depois de um descanso pós-desjejum, de volta pra rua, desta vez em cia de nossa amiga-guia Ariadne. Seguimos em direção ao tradicional bairro de Montmartre, com suas ruas estreitas e cheias de artistas, pintores e artesãos, além de uma belíssima igreja que mais parecia o Taj Mahal! Fora que o bairro fica numa parte alta da cidade, onde se pode vê-la quase que por inteira. Descemos pela rua do clássico Moulin Rouge e encerramos já a noite, passando pela Ópera de Paris! No dia seguinte, Louvre e ida para Lisboa!

Notre Dame

Estátua de Carlos Magno


Atravessando o Rio Sena





Torre Eiffel


Vista aérea da cidade

Moulin Rouge

Ópera de Paris

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Janelas

Vocês já tentaram viajar a noite? Provavelmente sim.
E quanto a viajar de ônibus a noite, tendo o vidro completamente embaçado, onde tudo que se vê são deformidades e lampejos de luz? Não? Nunca? Eu sim. Duas vezes.
Vale ressaltar de antemão, que um vidro embaçado, independentemente de onde você esteja passando, torna os lugares, se não iguais, bastante similares.
A primeira vez que atentei para a questão da observação noturna através de um vidro completamente turvo, foi indo de Londres para Swansea, ou seja, da Inglaterra para o País de Gales. O mês: dezembro. O clima: frio, uns 10 C (tinha acabado de chegar do verão soteropolitano). A rota: Londres – Bristol – Cardiff – Bridgend – Neath – Port Talbot – Swansea, mais ou menos isso. Enfim, tinha acabado de encarar uma maratona aeroportuária e estava em pleno dia de meu aniversário. Tinha deixado Salvador às 23:55 da véspera deste dia, chegando em Lisboa perto do meio dia horário local. Despois de umas quatro horas aguardando no aeroporto lusitano, foram mais duas horas e meia para Londres e de lá mais quatro de ônibus me aguardariam até a tão esperada chegada à segunda mais cidade galesa. Bom, deixando de enrolação, assim que entrei no ônibus da National Express, fiquei decepcionado, pois todos os vidros estavam embaçados. “Poxa, queria ir observando a paisagem!” ­– pensei tristonho. Creio que o “problema” se dava porque lá fora estava frio e no interior do ônibus tinha aquecedor.
Admito que adormeci após uma hora de viagem. O cansaço me venceu. Quando acordei, já estávamos atravessando a fronteira para Gales, foi quando passei a “viajar” nesta questão do vidro embaçado. Primeiro fiquei curtindo a questão do transito ser invertido lá, daí passei a reparar que não dava para distinguir direito alguns carros, pois não passavam de um borrão de luz amarelada vindo em sentido contrário. O céu era um misto de negro e cinza, com nuvens carregadas (nenhuma novidade se tratando de Reino Unido). A cada cidade que passava era aquela mistura de curiosidade e excitação, querendo ver tudo que era possível de cada lugar, mesmo que fosse apenas durante o trajeto entre a rodoviária e a estrada e mesmo que, dependendo de onde estava sentado no ônibus (fiquei mudando de lugar), os contornos da cidade estivessem completamente distorcidos e borrados (o natal se aproximava, então era aquela loucura de luzes vermelhas, verdes e amarelas borradas se misturando).
Bom, já a segunda experiência neste âmbito, se deu em lugar completamente oposto ao anterior. Depois que voltei ao Brasil me envolvi num projeto do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza (MDS) em parceria com a ONG Bem Estar Familiar do Brasil (BEMFAM) que está avaliando a questão da implantação de cisternas no semiárido brasileiro e como isto pode melhorar a qualidade das famílias envolvidas na pesquisa (mas isto será assunto de outro post que virá em breve). O ponto que quero chegar é o seguinte: após três semanas no município de Araci (BA), aproveitei que folgaria na segunda-feira e resolvi passar o dia em Salvador para resolver assuntos pendentes. O trecho Araci-Salvador leva mais ou menos as mesmas quatro horas do trajeto Londres-Swansea.
Mais uma vez viajei a noite e mais uma vez o vidro estava completamente turvo. Obviamente não se tratava de frio, o problema desta vez era sujeira mesmo. Era tanto pó que mesmo se fosse dia, não daria para ver muita coisa. Assim que deixei a pequena rodoviária da simpática Araci, me veio aquela sensação de “eu já vi esse filme”. Rapidamente me lembrei do ocorrido meses antes e resolvi comparar as duas viagens através de vidros embaçados. Ah! Estava esquecendo o roteiro, foi o seguinte: Araci – Teofilândia – Serrinha – Santa Bárbara – Feira de Santana – Salvador. Pronto, roteiro dito, vamos as comparações. Primeira e mais óbvia delas, o transito é no sentindo contrário (Oooooohhhhh!!!!), mas as luzes piscando em meu rosto foram as mesmas, com a diferença que tentei percebê-las depois que o carro passava, para ver aquele breve ponto vermelho borrado da luz do freio. Outra questão, guardando as devidas proporções é claro, mas rodoviárias de cidades do interior são tudo a mesma coisa. Aquela maresia que quem viaja a noite conhece. Em várias delas, seja em Serrinha ou Port Talbot, o ônibus entra, fica uns minutos parado, nada acontece e ele segue viagem.
Vocês podem se perguntar de onde estou tirando essa conversa meio sem-noção, mas é coisa de quem não tem o que fazer mesmo. Por exemplo, em Serrinha, enquanto o ônibus se dirigia da rodoviária para a estrada, percebi que havia uma mulher andando sozinha na calçada. O grande negocio disso tudo foi que através do vidro embaçado (somado ao fato de ser noite) não pude distinguir se ela era bonita ou não, se era nova ou velha. Que fantástico estimulo para minha imaginação, passei quase uma hora divagando acerca desta misteriosa mulher.  
No fim das contas percebi que a janela do ônibus, esteja ela suja ou embaçado, me fez ver o mundo de maneira, no mínimo curiosa e momentos assim tem mais importância do que aparenta ao longo destas linhas. Ver as coisas por outro ângulo muitas vezes leva a reflexão e nada melhor do que durante uma viagem longa, sozinho com seus pensamentos, para que muita coisa mude em sua cabeça. Pode parecer loucura tudo que foi dito acima, mas depois destas duas noites, nunca mais olharei por uma janela de vidro da mesma maneira. Sempre lembrarei das luzes (vidas) piscando e se apagando, de uma mulher (amor) sempre misteriosa (o) e de como algo novo pode surgir a cada borrão (momento).