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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O Mar e Um Dia Nublado

Sentados à beira mar
Em uma manhã chuvosa
Olhamos para o mar
Cinza
Misturando-se com o dia
Nublado e opaco

Vemos as ondas e seu balé
Ritmado e belo
Melodia a nos embalar
Nuvens
Lutando para estarem no mar
Manchas com pouca luz

Espumas brilhantes nos acariciam os pés
Pequenos fragmentos brilhantes
Nos incitando a buscarmos o mar
Escuridão
De um dia quase sem vida
Quase preguiçoso

A forte maresia toca teu rosto
Incapaz de molhar teu sorriso
Contenta-se em salgar tua pele
Chuva
Bem vinda e fria
Lavando o que nos seria incomodo

A noite chega e ainda estamos ali
Aguardando por uma lua tardia
Para iluminar nosso caminho
Sol
Deste já desistimos de esperar
Derrotado por um dia nublado

A lua traz seu reflexo dourado
Tatuando o mar noturno
Tornando lindo o mirar
Palidez
De um dia desbotado
Substituído por uma bela noite

Se a tristeza de um dia nublado
Foi incapaz de vencer o mar
Basta mais uma vez nos olharmos
Renovados
Poderemos enfim deixarmos a chuvosa praia
Pois sempre teremos o mar em nós


(Rodrigo Saraiva – 18/12/2014)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Sentimentos Naturais

Sentimentos naturais
São os vividos mais intensamente
São os mais espontâneos
E os mais calorosos

Sentimentos naturais
Germinam como flores do campo
Banhados em sua própria beleza
Independente das intemperes sofridas

Sentimentos naturais
São silenciosos como a noite
Mas iluminados como uma lua cheia
Acalentando suavemente nossos corações

Sentimentos naturais
Representam o que há de verdadeiro
Sinceridade em sua essência
Amizade para toda vida

Sentimentos naturais
Somos nós
Leves como melodias
De uma música compartilhada


(Rodrigo Saraiva)

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Só e Invisível

Como nuvens insistentes
A cobrirem uma valente
Mas não menos desgastada
Lua cheia
Sigo ofuscado e só
Como versos inúteis
Tortos e mal escritos
Em uma poesia mal nascida

Como uma estrela frágil
Que se esconde na luz alheia
Ao nascer do sol
Detentor egoísta do céu
Sou eu camuflado e só
Preso a sombra de minha timidez
Amante egoísta e doentia
Inimiga de amores inocentes

Como um vagalume na retidão
Um exército unitário
Lampejos de vida
Lutando para ser notado
Vivi e sofri só
Torcendo para encontrar teu olhar
Tateando como uma noite sem lua
Em um dia pálido sem sol

Só e invisível


(Rodrigo Saraiva – 07/12/14)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Dores


Nunca soube categorizar a dor
Apenas a sinto e ela basta
Mas muitas vezes não para mim
Sou egoísta nesse ponto

Existem dores e dores
Sinceramente nunca soube distingui-las ao certo
Apenas as sinto e isso é suficiente
Para me inundar internamente

 As dores do peito são intensas
Corroem-nos internamente
Levando-nos a escrever palavras tristes
Mas não menos sinceras

Já a dor da alma
É aquela que nos rouba o ar
É mais do que uma musica trágica
É toda uma angustia abafada
Detentora de todo o silencio

Silencio


(Rodrigo Saraiva – 01/12/14)