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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quebra-molas Para Siriemas

Hoje resolvi dar uma pausa nas poesias e contar-lhes uma breve historia. Bem verídica por sinal. Sobre algo que presenciei hoje. Estou na cidade de Paramirim, sudoeste da Bahia, trabalhando na zona rural da mesma. Eis que fui a um povoado chamado Lajedo do Auroca que fica no alto de uma serra de acesso basicamente feito apenas por carros com tração 4x4. Enfim, uma vez que estávamos subindo a serra, eu ia apreciando a vista. Por se tratar de uma região ao sul da Chapada Diamantina, os morros e chapadas compõem um visual belíssimo!
Após cerca de uns 8km de subida ao redor da serra, chegamos ao topo deste e eis nos deparamos (o motorista Cocão, eu e a coordenadora da atenção básica da cidade) com um quebra-mola no meio da precária estrada (um pouco de barro outro tanto de pedras). Pensei comigo quando o avistei: "Por que um quebra-molas aqui? No meio do nada, no alto de uma serra? Numa estrada estreita e na qual é impossível se dirigir em alta velocidade?". Quando Cocão reduziu para passarmos pelo quebra-mola eis que uma siriema atravessa a pista em alta velocidade com direito a rápida parada ao fim travessia para nos dar aquela olhada desconfiada antes de seguir em seu caminho em alta velocidade pela vegetação espinhenta e semi-arbustiva do local.
Para quem não conhece as siriemas, elas são aves da família das Cariamidae, sendo que seu nome deriva do tupi e significa: nhandú com crista, algo com uma ema com crista. São aves de médio porte que preferem andar a correr do que voar, só fazem isto em último caso. Eu particularmente acho elas bem bonitinhas e simpáticas. Pena que não deu tempo de tirar uma foto da dita cuja.

                                                    Foto: Siriema.
                                                    Fonte: Nem tão bom e velho wikipédia.

Voltando ao evento, e para minhas perguntas: "Seria a presença da siriema o motivo do quebra-mola ali? Será que alguém já atropelou alguma e com dor na consciência resolveu colocar um ali para evitar que outro motorista fizesse o mesmo? Será que a siriema já está suficientemente acostumado com o quebra-mola ali que espera os carros reduzirem para atravessar como uma boa pedestre?"
Na verdade acho que se trata do tédio que me faz ter certas "viagens" para tornar minha real viagem mais interessante e gerar textos relativamente fúteis como este.


domingo, 13 de janeiro de 2013

A Tristeza e o Poeta


É incrível a facilidade
Com a qual a tristeza se apodera de mim
Arrebatadora chega e destrói tudo
Cada sorriso que ainda pretendia dar

Tornando-me mais uma vez poeta
Escritor de versos depressivos
Simples tradutor de minha essência chorosa
Algo como um espelho refletindo soluços de desespero

Quando a tristeza se apodera de mim
Qualquer lembrança torna-se dolorida
Uma feliz memoria vira um pranto desmedido
Um sentimento de paz é trocado por aflição gratuita

Tornando-me mais uma vez poeta
Escritor de palavras borradas
Versos banhados em lagrimas amargas
Como folhas amareladas esquecidas pelo tempo

Uma vez que a tristeza me abandona
Tao subitamente como quando me envolveu
Busco uma tremula golfada de ar
Como que para a alma que insistia em me abandonar

Deixo então de ser poeta
Não sei escrever palavras felizes
Prefiro vivê-las intensamente
Enquanto aguardo temeroso um novo fim 

(Rodrigo Saraiva - 13/01/13)

Sinfonia Fantasma


Deixo a força de uma musica me dominar
Sua batida e melodia me embalarem
Pois minhas próprias forças me abandonaram
Restando pouco mais do que simples reflexo

Deixo a emoção de uma musica me tocar
Sua energia a flor da pele me seduzir
Pois desconheço as emoções há bastante tempo
Restando pouco mais que um ser frio e inerte

Não sou mais do que um acorde mal feito
Mero escravo de sinfonias fantasmas
Executadas por seres desalmados e invisíveis

Não sou mais do que um grito mudo
Mero momento de aflição tardia
Executado por um coração desacreditado e morto

Ainda assim não menos poeta

(Rodrigo Saraiva – 13/01/13)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Pontos Luminosos

 Meus olhos estão tomados
Por minúsculos pontos luminosos
Reflexos artificiais de luz
Espelhos de vidas insignificantes

Pontos piscando no horizonte
Flashes luminosos no limite do mirar
Que por alguns instantes me roubam a atenção
Tornando minha noite meramente banal

Imagino quantos estão como eu
Observando coisas artificiais e sem vida
E se perguntando a razão deste ato
Praticamente rotineiro em nossas existências

Questiono-me onde esta aquilo que nos move
Onde esta o amor e a paixão
Onde estão os sorrisos sinceros
Onde estão os apertos de mãos e os abraços

Ainda existem envergonhadas trocas de olhares
Ainda existem amizades verdadeiras
Algo que não exale a falsidade corriqueira
Que não resulte em traições involuntariamente normais

Procuro há muito tempo
Por aquilo que me tornaria completo
Mas que em palavras ainda é indescritível
Enquanto isso sigo como mais um ponto luminoso em teu olhar

(Rodrigo Saraiva – 10/01/13)

A Morte da Inspiração

Não são muitas as vezes
Em que me encontro
Com a mão estática no ar
Retendo um gesto tão comum em mim

O ato de escrever versos
Versos estes que tanto me refletem
Que tanto me acalentam
E me trazem luz em momentos obscuros

Mas nesta noite sem vida
Sem luar nem estrelas
Esta mão estacou de súbito
Com a devastadora falta de motivação

Dedos impacientes
Caneta dançando nervosamente entre eles
Olhos duramente cerrados
E uma sensação de luto a se apossar de mim

Seria causada pela morte da inspiração
Que cansou de lutar uma perdida
A guerra batizada de minha vida
A mais longa inútil e cruel dentre todas que travei

(Rodrigo Saraiva – 10/01/13)

O Seu Dia

Hoje não me importa se o sol vai renascer
Ou se a chuva vai inundar tudo
Pouco me importa se vai estar calor
Ou se o frio vai insistir em tentar me congelar

Pois hoje terei quase tudo que sempre quis
A luz de que preciso para te ver sorrir
O calor do teu amor para me confortar o olhar

Infelizmente hoje não estou contigo
Resta enfim contentar-me com pouco
Em te ver artificialmente mas igualmente linda
Em te ouvir junto a mim mesmo que não podendo tocá-la

Ainda assim hoje estou feliz
Pois é o seu dia
E nada além disso importa

(Rodrigo Saraiva – 11/01/13)