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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Por Que Eu Haveria de Existir

Por que eu haveria
De manchar uma bela folha branca
Com minhas palavras tristes e feias
Tornando-a retinta como minha alma

Por que eu haveria
De insistir em escrever poesias
Se você que me inspira nunca irá lê-las
Pois sou mais covarde que poeta

Por que eu haveria
De continuar cantando teu nome
Já que é minha muda voz interior que o faz
E meus lábios insistem em permanecer lacrados

Por que eu haveria
De seguir observando a lua todas as noites
Uma vez que ela está tão inalcançável quanto ti
Dormindo serena em sua cama desconhecida

Por que eu haveria
De respirar todos os dias
Este ar intolerável para aqueles que sofrem
Martirizando ainda mais o que me resta de forças

Por eu haveria
De permanecer neste mundo
Não deviam deixar as pessoas tristes
Serem tão insistentes em continuarem vivendo

Emanando pranto
Chorando lagrimas inúteis
Escrevendo poesias fúnebres
Carregando a escuridão do mundo nos ombros

Existindo

(Rodrigo Saraiva – 23/10/11)


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