Por que eu haveria
De manchar uma bela folha branca
Com minhas palavras tristes e feias
Tornando-a retinta como minha alma
Por que eu haveria
De insistir em escrever poesias
Se você que me inspira nunca irá lê-las
Pois sou mais covarde que poeta
Por que eu haveria
De continuar cantando teu nome
Já que é minha muda voz interior que o faz
E meus lábios insistem em permanecer lacrados
Por que eu haveria
De seguir observando a lua todas as noites
Uma vez que ela está tão inalcançável quanto ti
Dormindo serena em sua cama desconhecida
Por que eu haveria
De respirar todos os dias
Este ar intolerável para aqueles que sofrem
Martirizando ainda mais o que me resta de forças
Por eu haveria
De permanecer neste mundo
Não deviam deixar as pessoas tristes
Serem tão insistentes em continuarem vivendo
Emanando pranto
Chorando lagrimas inúteis
Escrevendo poesias fúnebres
Carregando a escuridão do mundo nos ombros
Existindo
(Rodrigo Saraiva – 23/10/11)
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