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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Desenho da Alma

Nunca mais desenhei nada
As folhas de papel são teimosas
Insistem em seguirem reclusas
Permanecendo neste inabalável branco azedo

Briguei violentamente com minha inspiração
A mandei passear no lugar mais longínquo possível
Desde então sigo vazio por dentro
Incapaz de segurar um misero lápis com precisão

Resolvi apelar novamente as poesias
Pois não preciso de ideias brilhantes para escrevê-las
Apenas deixo escorrer para a já cansada caneta
As torrentes emocionais que me devoram

De certo modo estas palavras dramáticas
São como desenhos estilo autorretratos
Copias perfeitas de minha alma
Sem inspiração alguma mas extremamente passional


(Rodrigo Saraiva – 26/08/13)

Lado Antissocial

As pessoas tendem a se afastar
Involuntariamente
Muitas vezes de maneira indolor
Outras tantas sem nem percebermos

Basta uma mudança na rotina
Por mais natural que seja a mesma
Para este afastamento ter inicio
Rumo a uma cada vez mais distante amizade

Culpamos quase sempre o tempo
Ou melhor a ausência dele
Pata justificar nossa falta de interesse
Ratificando nosso comodismo

Neste afastamento inexorável
Tornamo-nos desconhecidos amigos
Fazendo cada vez menos frias festas de reencontro
Em reconfortantes intervalos cada vez maiores

Creio que isto tem seu lado bom
Se nos mantivéssemos sempre próximos
Com tantas amizades que iniciamos
Uma só existência não bastaria

Nesta nossa mal calculada seleção
Só as amizades de uma vida inteira
De fato farão jus ao nome
As demais só servirão para uma coisa

Intensificar meu lado antissocial de ser

(Rodrigo Saraiva – 26/08/13)