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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Da Janela do Avião




Da janela do avião
Percebo minha insignificância
Devo parecer algo minúsculo
Como tantas casinhas abaixo

Para aqueles que se declaram normais
Não devo passar de uma pequena formiga
Como tantas pessoas se mexendo abaixo
Vistas quase invisíveis da janela do avião

Se um vasto rio não passa de uma tênue linha
Imaginem então como se apresenta minha linha
Linha esta da minha combalida vida

Vida esta inútil para muitos
Muitos seres insensíveis e inconcebíveis
Nulidades culturais transparentes

Jamais vistas pela janela do avião

(Rodrigo Saraiva – 08/2009)

A Liberdade e o Amor




Sentir o vento
Força inconstante e invisível
Ter os pelos ternamente eriçados
Escutar seu ruído macio

Ver o mar
Azul indomável e infinito
Com suas pequenas ondas
Pontilhando de branco sua imensidão

Ser tocado pelo sol
Arrepiar-se com teu calor
Ofuscar-se com tua luz
Emocionar-se ao vê-lo adormecer

Ouvir uma bela melodia
Fechar os olhos
Sentir-se levitando
Embalado por acordes transparentes

Se liberdade é isto
Por qual razão me sinto prisioneiro
Vazio e insignificante
Como aquele que vive sem memorias

Talvez a liberdade não baste por si só
Pois qual a serventia de uma liberdade sem sentido
Um ser errante e inútil
Sem o famigerado grande amor ao lado

Amor
Sentimento capaz de unir e destruir
Mas ainda assim intenso porem inconstante
É o maior guia para corações de almas perdidas

Corações estes cegos e frágeis
Dependentes daquilo que chamam paixão
Misteriosa sensação perene
Que dá-lhes luz e força

E assim renovados seguem
Livres e agora completos
Como sempre deveriam ser os grandes amores
Tudo aquilo que o nosso não pôde jamais ser

(Rodrigo Saraiva – 11/2009)