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terça-feira, 27 de março de 2012

Nosso Pássaro Eterno


Andei pensando o que seria necessário
Para que nosso pássaro siga sempre voando
Tantas e tantas vezes através desta distancia toda
Que há anos teima em nos separar

Fôlego ele já provou que tem de sobra
Disposição sempre renovada para unir
Nossos pensamentos recíprocos
Que para sempre serão felizes

Talvez asas e penas
Levando-se em consideração que as asas
São como a memória que nos mantém
As penas seriam como capsula protetora
Que protege tudo aquilo que nos é caro

Poderiam ser os olhos de nosso pássaro
Aqueles que carregam até me mim teu sorriso
Que refletem teu rosto quase me deixando tocá-lo
Mas que nunca transmitem a tristeza da distancia
Mantendo-nos sempre fortes e com o sentimento de união vivo

Creio que finalmente entendi
Nosso pássaro não se esforça para voar
Seja ao nascer ou final do dia
Ventos também chamados de lembranças
Encarregam-se de levá-lo até nós
Como ondas que deslizam incessantes sobre o mar

E assim flutuando
Ele nem precisa nem bater asas
Nem de um fôlego interminável
Nem de olhos sempre alertas e carregados
Ele precisa apenas de nós mesmos
Pois enquanto guardarmos no coração um ao outro

Nosso pássaro será eterno e feliz por nós dois

(Rodrigo Saraiva – 27/03/12)


segunda-feira, 26 de março de 2012

Sentimentos



Ao som de uma canção de beleza única
Sinto os sentimentos aflorarem em mim
Exalo cada um deles como jamais o fiz
Cada gesto torna-se uma frustrada
E inútil tentativa de escondê-los

Começarei descrevendo a culpa
Sinto-me culpado por não sermos mais um só
Culpado pelas lágrimas que lhe banharam
Deformando-me o rosto
Culpado enfim por existir desta maneira

Chego graças a este ao próximo sentimento
Aquele que moldou minha existência
Pois respirei eternamente arrependimento
Pedindo-lhe inúmeras vezes perdão
Por falhas inumanas que cometi

Devido a tantos atos errôneos
Sinto brotar em mim algo chamado raiva
Que me esquenta o sangue
Faz-me respirar fundo para não me martirizar
A ponto de findar minha existência

Busco então consolar-me no sentimento seguinte
Um que denominam expectativa
De que possa me perdoar
Transpiro com a já então ansiedade
Que precede o momento de nosso reencontro

Para que finalmente quando eu exalar o amor
Não haja quaisquer desavenças entre nós
Para que sinta meu corpo arrepiar ao encontrar teus lábios
Num último e eterno sentimento
Chamado simplesmente de plenitude

(Rodrigo Saraiva – 2007)

A Sinfonia de uma Estrela

 
Mais uma vez devo me entregar
A menor escuridão existente que seja
Para que ao olhar para o céu
Possa encontrar tua estrela brilhando

Aquela pequena estrela
Que continua brilhando insistente
Tentando refletir em meus olhos
Teu sorriso perdido no tempo

Mas que a cada noite renasce
Surgindo tímida no mesmo local de sempre
Chamando-me para perto mesmo tão distante
Buscando unir lembranças e esperanças

Nenhuma distancia é capaz de destruir
Uma lembrança guardada com carinho
Pois sempre haverá a mesma estrela a cada noite
Para não nos deixar esquecer e nos fazer sorrir

Piscando descompassada
Como batidas de um coração
Tentando ser ouvido por outro que está longe
Criando assim a sinfonia de uma vida

(Rodrigo Saraiva – 26/03/12) 

quinta-feira, 1 de março de 2012

A Verdade Oculta


Senti na pele o poder da verdade
Ou melhor o da omissão desta
A verdade carrega em si um peso
Peso este imensurável e doloroso

Saber a verdade e não poder dizê-la
Olhar nos olhos de alguém e se calar
Guardar para si aquela dor que não é só sua
Calejar os ombros com este sentimento corrosivo

Esta omissão da verdade não veio só
Tatuou em minha alma a mais forte lembrança
Que me impede de seguir incólume

Esta omissão da verdade veio banhada em lágrimas
Que minha existência eternamente derramará
Sendo esta a única verdade que me restou

E não poderá jamais ser ocultada ou silenciada por mim

(Rodrigo Saraiva – 01/03/12)