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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Olhos de Arco Íris

Bela moça dos olhos de arco íris
Que me enfeitiçaram repentinamente
O balé de cores do teu mirar
Hipnotizou-me sem esforço

Certa vez eles estavam azuis
Da cor que nenhum mar jamais terá
Cor tão intensa que nenhum balé de ondas atingirá
O verdadeiro azul celestial que tanta paz me trouxe

Em outra ocasião eram verdes
Uma imensa floresta primaria
Intocada em beleza e intensidade
A qual jurei eternamente proteger

Já os vi escuros como um entardecer
Não havia sequer uma lua minguante
Mas um brilho fugaz que me marcou
Um lampejo de felicidade plena a me arrepiar

Espero nunca vê-los avermelhados
Afogados em lágrimas sucessivas
Espero não ser eu a segurar o pincel
Sujo de vermelho pranto se este momento chegar

Neste incessante jorro de cores
Após tantos olhares compartilhados
Não desejo me apegar a apenas uma
Espero para sempre refletir por inteiro

Seu arco íris particular


(Rodrigo Saraiva – 24/07/13)

sábado, 6 de julho de 2013

Derradeira Jornada

Resolvi fazer uma ultima viagem
Uma viagem em direção a minha essência
Procurei traçar a melhor rota
Pois nada poderia ficar para trás

Logo no inicio pude perceber quão vazio era
O quanto eu era oco por dentro
O que serviu para justificar o eterno vácuo em meu peito
Este grande nada que insisto em viver

Procurei em vão por meu coração
Sequer pude reconhecê-lo em meio à escuridão
Tateei às cegas buscando algum calor exalado
Em troca só pude sentir uma gélida brisa

Não havia enfim motivo para surpresas
Há muito meu coração segue em jejum
Tornou-se uma rocha incapaz de amar
E como uma flor ressequida murchou sozinho

Busquei conforto junto a minha alma
Em seu lugar havia apenas um espelho
Refletindo tudo aquilo que me é pranto
Como se fossem cacos de dores passadas unidos

Resolvi encerrar esta derradeira jornada
Trôpego em lagrimas com as mãos trêmulas
E a triste sensação de uma arrebatadora realidade a me consumir
Abrindo-me os olhos para a cada vez mais palpável e desejável

Ausência de vida

(Rodrigo Saraiva – 06/07/2013)


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Adeus

É imensurável
O peso de um adeus não dito
Que carrega nas costas tanta culpa
Esmagando-nos de encontro a fria solidão

É incalculável
O preço desta ausência
Não deveríamos jamais
Deixar algum adeus perdido

É intangível
Aquela lágrima derradeira
Que escorre sem fim da alma
Afogando aquele adeus esquecido

É inegável
Que um adeus pode reger uma vida
Seja como uma linda e saudosa melodia
Ou como uma ode fúnebre e vazia

É inevitável
Te dizer pela última vez adeus
Por tudo que me tornou estes versos
Adeus


(Rodrigo Saraiva – 03/07/2013)