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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Segurança Própria



Sei que posso com apenas uma das mãos

Impedir que a luz me toque no rosto

Talvez apenas a desvie do meu olhar

Mas não da profunda escuridão de minha alma



Sei que posso cerrar meus lábios a qualquer instante

Que muitas vezes este é o caminho mais fácil

Talvez apenas minha voz exterior se cale deste modo

Mas não os gritos interiores que me perseguem



Sei que posso fechar os olhos para o que me é pranto

Evitando assim que eu chore copiosamente como deveria

Talvez isto apenas adie o momento em que a dor me invadirá

Mas jamais impedirá que tantas lágrimas retidas um dia se precipitem



Sei que posso fugir para longe de meus problemas

Não precisando jamais demonstrar minha coragem esquecida

Talvez minha covardia seja apenas mais fraca

Mas ainda assim relutante em me deixar mas não invencível



Há um grande abismo entre o saber que posso fazer

E tudo aquilo que me permito fazer voluntariamente ou sob um comando da alma

A única certeza que ainda não me abandonou

É a de que você está acima de qualquer desejo egoísta acima citado



Mantendo-me em segurança contra mim mesmo



(Rodrigo Saraiva – 05/04/12)


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