Sei que posso com apenas uma das mãos
Impedir que a luz me toque no rosto
Talvez apenas a desvie do meu olhar
Mas não da profunda escuridão de minha alma
Sei que posso cerrar meus lábios a qualquer instante
Que muitas vezes este é o caminho mais fácil
Talvez apenas minha voz exterior se cale deste modo
Mas não os gritos interiores que me perseguem
Sei que posso fechar os olhos para o que me é pranto
Evitando assim que eu chore copiosamente como deveria
Talvez isto apenas adie o momento em que a dor me invadirá
Mas jamais impedirá que tantas lágrimas retidas um dia se precipitem
Sei que posso fugir para longe de meus problemas
Não precisando jamais demonstrar minha coragem esquecida
Talvez minha covardia seja apenas mais fraca
Mas ainda assim relutante em me deixar mas não invencível
Há um grande abismo entre o saber que posso fazer
E tudo aquilo que me permito fazer voluntariamente ou sob um comando da alma
A única certeza que ainda não me abandonou
É a de que você está acima de qualquer desejo egoísta acima citado
Mantendo-me em segurança contra mim mesmo
(Rodrigo Saraiva – 05/04/12)
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