Imagino
minha morte
Sempre
das mais diversas maneiras
Mas tendo
sempre o suicídio como regente
Como uma
orquestra sombria a me perseguir
Nunca parei
para digerir
Tantos
motivos que me bastariam
Para abdicar
desta insistente vida
Que segue
há anos me atordoando
Perdi
a conta de quantos ensaios já fiz
Para que
um dia esta peça fúnebre
Posso estrear
em sua plenitude
Para uma
plateia de fantasma desconhecidos
Creio ser
um covarde inveterado
Pois apesar
da coragem inútil
De escrever
estes versos fúteis
Falta-me
a mesma para abraçar a dama negra
Em
compensação coleciono medos
Até do
adeus de mim mesmo
De ninguém
se importar com minha ausência
De meu
nome se apagar para sempre
Deixei
de ter desejos há algum tempo
Pois realiza-los
não mais me satisfaz
São apenas
ilusões efêmeras
Como beijos
roubados inesperadamente
Gostaria
que o vento me levasse
Embalasse-me
em teus braços invisíveis
Rumo ao
mais profundo desconhecido
Onde o
suicídio e a vida fossem irmãos gêmeos
Pois
se até a lua e sol morrem para o outro renascer
Por que
devo insistir em permanecer inócuo
Morrer
seria apenas um recomeço
Não necessariamente
para algo feliz é verdade
Talvez
me torne apenas mais uma estrela
Oculta
pelo brilho dos outros
Desejosa
de explodir pelo universo
Tal qual
versos berrados silenciosamente
Imagino
a morte perfeita
Em poesias
infinitas
Para todos
aqueles que as digerirem
Sem julgarem
este poeta que vos chora
Morrer
sem mais insistir
Sem mais
rabiscar letras em papeis amarelados
Banhados
por lagrimas pranteadas inutilmente
Por todos
aqueles que esperam por juntarem-se a mim
(Rodrigo
Saraiva – 24/03/15)
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