Devia
ter morrido de amor, mas é ele que vem morrendo em mim.
Acho
que por acreditar cegamente nele, vivo na ilusão do amar,
e não vivo
plenamente este sentimento.
Meu
lado romântico está virando história,
mas
como uma romântica nascida e criada,
tirar
de mim os resquícios dessa minha essência é um trabalho árduo.
Devo confessar
que o tempo e a vida vêm desconstruindo,
aos
poucos, esse meu pedaço sedimentado.
Vou
deixando essas migalhas para os próximos românticos,
porque
a cada minuto interminável que passa,
vejo
que isso não cabe mais a mim.
Deixo
pistas desse tal de "Romantismo"
porque
não me canso de acreditar que ele existe
e não
quero que as pessoas o esqueçam simplesmente.
Não
quero que ele vire apenas "conto de fadas",
palavras,
registros de livros empoeirados.
Eu sei
que ele está por aí a vagar pelas ruas
esperando
cruzar com quem seja digno de sua presença.
Não o
imagino como aquela ideia floreada demais, clichê demais.
O
imagino diferente, pleno naquilo em que ele se propõe a ser.
Vejo
aquela eterna cumplicidade sem exageros demais,
apenas
a vontade de compartilhar aventuras e experiências com outrem.
Vejo
mãos dadas pelas praças e sorrisos soltos com piadas bestas.
Vejo o
sorvete ao fim de tarde, a pipoca no sofá aos finais de semana.
Vejo o
carinho e o cafuné em uma conversa descontraída no banco da varanda,
assim
como a vontade de saber do outro, de ouvir a voz, trocar olhares,
de
simplesmente lembrar que o outro existe e isto ser mútuo.
Acho
que isso acabou sendo pedir demais da minha parte.
Sinto-me
como aquele capítulo do livro inacabado,
porque
nunca consegui viver plenamente tudo isso que sinto.
Vivo
pela metade: carinhos pela metade, sorrisos pela metade,
presença
pela metade, tempo pela metade, amor pela metade.
Como se
o tempo que nos é dado fosse igual àquele das ampulhetas dos jogos de
tabuleiro.
Tudo
passa tão rápido, que às vezes me pergunto se aconteceu de verdade.
A sua
presença é tão lembrança que penso em fotografá-la
Para
assim eternizá-la de alguma forma que não apenas em minha memória.
Penso
em jeitos de te fazer "pra sempre" porque todas as vezes que te
deixo,
não sei
ao certo quando vou lhe ver de novo e isto basta para apertar-me o peito.
Não sei
se vai sentir minha falta, se vai procurar saber de mim, não sei.
Não
escuto nada, não enxergo nada, não sou mais nada.
Sinceramente,
teu ser me intimida, pois tenho medo de falar que sinto saudade,
que lhe
queria um pouco mais perto, que queria sentir que, mesmo diante das
circunstâncias,
o teu
esforço para me ver, saber de mim, me viver, existe.
Acho
que lhe pedir pra querer me viver é mais do que você pode me dar.
Não é a
presença física, é a presença emocional,
é o
carinho em palavras, é o amor, é o amar.
Mas
está tudo bem, enquanto existir amor em mim,
vou te
amar com todas as minhas forças, palavras, carinho e cuidado.
Não por
ingenuidade, mas porque só sei amar assim: por inteiro.
E até o
amor se esgotar, o vivo de todos os jeitos que me é possível.
Ainda
sinto saudade, ainda acredito em nós,
mas já
não faço mais questão do que não é feito questão dos dois lados.
Já não
me permito magoar mais, já não deixo que o seu desajeito me machuque.
Espero,
mas existo e por estar vivendo, sinto, choro, sinto falta, desejo, amo.
E como
disse, enquanto existir amor em mim, vou te dar tudo que de mim restar.
Quero
ser teu cuidado, teu abrigo, teu carinho, teu porto seguro,
teu
sorriso, teu ouvido, teu conselho, mas não posso ser só.
Se não
me deixar ser, nunca vou poder te mostrar tudo que tenho pra te dar.
Que não
duvide de meu amor, e que deixe eu te dar tudo que nele tem a ser vivido.
Sou se
somos.
Te amo.
(Luana Valente & Rodrigo Saraiva - 08/03/2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário