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sábado, 6 de julho de 2013

Derradeira Jornada

Resolvi fazer uma ultima viagem
Uma viagem em direção a minha essência
Procurei traçar a melhor rota
Pois nada poderia ficar para trás

Logo no inicio pude perceber quão vazio era
O quanto eu era oco por dentro
O que serviu para justificar o eterno vácuo em meu peito
Este grande nada que insisto em viver

Procurei em vão por meu coração
Sequer pude reconhecê-lo em meio à escuridão
Tateei às cegas buscando algum calor exalado
Em troca só pude sentir uma gélida brisa

Não havia enfim motivo para surpresas
Há muito meu coração segue em jejum
Tornou-se uma rocha incapaz de amar
E como uma flor ressequida murchou sozinho

Busquei conforto junto a minha alma
Em seu lugar havia apenas um espelho
Refletindo tudo aquilo que me é pranto
Como se fossem cacos de dores passadas unidos

Resolvi encerrar esta derradeira jornada
Trôpego em lagrimas com as mãos trêmulas
E a triste sensação de uma arrebatadora realidade a me consumir
Abrindo-me os olhos para a cada vez mais palpável e desejável

Ausência de vida

(Rodrigo Saraiva – 06/07/2013)


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