Poucas vezes nesta
efêmera vida
Uma metade de hora
Foi-me tão
angustiante
Pela primeira e
espero única vez
Temi
fervorosamente a noite
Nunca quis tanto
me fazer luz
Pois naquela
metade de hora
Daquela fatídica
noite
Perdi o que mais
me era caro
Contra minha
vontade própria
Prostrei-me imóvel
à janela
A contemplar um
ultimo crepúsculo feliz
De forma lenta e
dolorosa
O céu foi se
tornando retinto
Inundando de
pranto meu ser
Pude vê-la surgir
inocente
Do quanto me
causaria dor
Como sempre estava
dona dos céus
Capaz de me
congelar o olhar
De fazer-me perder
em tua prateada luz
E tentar em vão
estagnar o tempo
Pois em poucos
instantes
Aquele que te ama
não iria mais bater
Ficaria estático
aguardando teu regresso
E assim em prantos
e estagnado
Observei-a
tornar-se chamas
Pouco a pouco
sendo consumida
Enfim tua luz
cessou
Minha respiração
cessou
Tombei
Acordei afoito
A metade de hora
passara
Olhei desesperado
para o céu
Pude finalmente
voltar a respirar
Meu coração pôde
voltar a por ti bater
Pois aquela que me
é vida voltou
Ò minha lua de
tantas poesias
Tantas noites
adoradas por ti
Tantos amores
declarados por ti
Imploro-te com os
olhos banhados
Que jamais permita
que a tristeza a domine
Não mais se faça
escuridão
Para que eu possa
viver em paz
Que possa lhe
fazer eternamente feliz
Para enfim amá-la
mais cada noite
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