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sábado, 5 de maio de 2012

Eclipse


                                                                                  

Poucas vezes nesta efêmera vida
Uma metade de hora
Foi-me tão angustiante

Pela primeira e espero única vez
Temi fervorosamente a noite
Nunca quis tanto me fazer luz

Pois naquela metade de hora
Daquela fatídica noite
Perdi o que mais me era caro

Contra minha vontade própria
Prostrei-me imóvel à janela
A contemplar um ultimo crepúsculo feliz

De forma lenta e dolorosa
O céu foi se tornando retinto
Inundando de pranto meu ser

Pude vê-la surgir inocente
Do quanto me causaria dor
Como sempre estava dona dos céus

Capaz de me congelar o olhar
De fazer-me perder em tua prateada luz
E tentar em vão estagnar o tempo

Pois em poucos instantes
Aquele que te ama não iria mais bater
Ficaria estático aguardando teu regresso

E assim em prantos e estagnado
Observei-a tornar-se chamas
Pouco a pouco sendo consumida

Enfim tua luz cessou
Minha respiração cessou
Tombei

Acordei afoito
A metade de hora passara
Olhei desesperado para o céu

Pude finalmente voltar a respirar
Meu coração pôde voltar a por ti bater
Pois aquela que me é vida voltou

Ò minha lua de tantas poesias
Tantas noites adoradas por ti
Tantos amores declarados por ti

Imploro-te com os olhos banhados
Que jamais permita que a tristeza a domine
Não mais se faça escuridão

Para que eu possa viver em paz
Que possa lhe fazer eternamente feliz
Para enfim amá-la mais cada noite

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