Sempre me
julguei um estudioso
Não necessariamente
de textos e conceitos fixos
Mas sim um
estudioso das pessoas ao meu redor
Tentando decifrá-las
ao mesmo tempo em que me oculto
Poderia gastar
horas decorando teus jeitos e trejeitos
Mas como
dizem prefiro aprendê-los
Para assim
vencer o esquecimento
E guardá-los
acompanhados de um sorriso e boas lembranças
Talvez tua
voz seja algo bom de estudar
Compreender tuas
melodias
As composições
que regem tuas ideias
Muitas vezes
sabiamente camufladas
Ainda assim
sempre tem aquela matéria complexa demais
Aquela na
qual você acha que sabe tudo
Mas que
volta e meia planta uma dúvida para te atormentar
Talvez seja
a disciplina que mais reprova na vida
Estou falando
de algo tão palpável quanto subjetivo
Capaz de
dominar sonhos e pensamentos
De julgar e
ser julgado
Apaixonar e
ser odiado
Mas que
sempre me fascina
Seja ele
carregado de calor ou profundamente gélido
Descrevo aqui
teu olhar
Para mim o
maior reflexo do que chamam alma
O olhar de
uma pessoa é autossuficiente
Mas nunca um
inimigo feroz
Por vezes
apenas incompreendido
Vitima de
pré-julgamentos
Não sou pretensioso
ao ponto de decifrá-lo por completo
Assim até
talvez a essência do estudo
Prefiro encará-lo
como uma promessa
Aquela que é
cumprida aos poucos e com muito esforço
Nunca
esquecida
(Rodrigo Saraiva – 24/04/12)