Ao som de uma canção de beleza única
Sinto os sentimentos aflorarem em mim
Exalo cada um deles como jamais o fiz
Cada gesto torna-se uma frustrada
E inútil tentativa de escondê-los
Começarei descrevendo a culpa
Sinto-me culpado por não sermos mais um só
Culpado pelas lágrimas que lhe banharam
Deformando-me o rosto
Culpado enfim por existir desta maneira
Chego graças a este ao próximo sentimento
Aquele que moldou minha existência
Pois respirei eternamente arrependimento
Pedindo-lhe inúmeras vezes perdão
Por falhas inumanas que cometi
Devido a tantos atos errôneos
Sinto brotar em mim algo chamado raiva
Que me esquenta o sangue
Faz-me respirar fundo para não me martirizar
A ponto de findar minha existência
Busco então consolar-me no sentimento seguinte
Um que denominam expectativa
De que possa me perdoar
Transpiro com a já então ansiedade
Que precede o momento de nosso reencontro
Para que finalmente quando eu exalar o amor
Não haja quaisquer desavenças entre nós
Para que sinta meu corpo arrepiar ao encontrar teus lábios
Num último e eterno sentimento
Chamado simplesmente de plenitude
(Rodrigo Saraiva – 2007)
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