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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Serviços à Minh’alma


 A morte não pode ser tão má
Quanto tantos banais o dizem.
Que é a junção de todo mal,
A cruel ceifadora de vidas.

Que vidas? Pergunto-lhes.
Estas existências robóticas inúteis?
Que insistimos em proteger indiretamente de nós mesmos?
Tolos e sonhadores que somos.

O que há de tão ruim assim
Em sermos conduzidos para longe deste lugar podre?
Nada mais romântico do que partir com um beijo.
Um último, breve e gélido roçar.

Acho que devemos agradecê-la pelo favor.
Por nos abster de derramarmos mais prantos fúteis.
Afinal, o que são algumas lágrimas a menos
Para quem chora sangue a tanto?

Obrigado gloriosa e perspicaz dama,
Pelos serviços prestados a minh’alma.
Que hoje repousa cálida e em paz,
Sob o manto negro e subjetivo das palavras.

(Rodrigo Saraiva – 01/02/2014)


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