A morte não pode ser tão má
Quanto tantos banais o dizem.
Que é a junção de todo mal,
A cruel ceifadora de vidas.
Que vidas? Pergunto-lhes.
Estas existências robóticas inúteis?
Que insistimos em proteger indiretamente de
nós mesmos?
Tolos e sonhadores que somos.
O que há de tão ruim assim
Em sermos conduzidos para longe deste lugar
podre?
Nada mais romântico do que partir com um
beijo.
Um último, breve e gélido roçar.
Acho que devemos agradecê-la pelo favor.
Por nos abster de derramarmos mais prantos fúteis.
Afinal, o que são algumas lágrimas a menos
Para quem chora sangue a tanto?
Obrigado gloriosa e perspicaz dama,
Pelos serviços prestados a minh’alma.
Que hoje repousa cálida e em paz,
Sob o manto negro e subjetivo das palavras.
(Rodrigo Saraiva – 01/02/2014)