A saudade às vezes
Age em mim como uma visita
Daquelas bastante inconvenientes
Que batem à minha porta sem aviso prévio
Retirando-me de um estado de conforto
No qual não escolhi estar
Mas que não me importaria
De assim permanecer por um longo período
A saudade às vezes
Chega a mim arrebatadora
Drenando todos meus pensamentos
Na direção a qual ela ordena
É como se tudo ao meu redor
Não passasse de uma infinda cegueira
Onde a única luz a me ofuscar
Seria voltada para os pensamentos que ela criou
A saudade às vezes
Destrói-me por dentro
Inunda-me o peito tirando todo o ar
Que ainda teimo em respirar
Envolto em lembranças
As quais só produzem dor e lágrimas
Sentimento de culpa e ódio
Ódio ao tempo que não foi suficiente
A saudade às vezes
É tudo aquilo que restou
É aquela memória canguru
Que carrega em sua bolsa um leve sorriso
A saudade sempre é
Aquela que me lembra do que é viver
Aquela me faz aprender com os erros
Aquele que me faz poeta
(Rodrigo Saraiva – 10/11/11)