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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Palavras

Percebo que as palavras
São mais frágeis do que imaginava
Inúteis e incompletas em certos momentos
Incapazes de demonstrar o todo
De expressar a tristeza que carrego
Que causa uma tempestade em mim
Inunda-me com lagrimas internas
Afogando meu coração de pranto

Palavras são puras demais
Para descrever o que me corrói
O que torna o ar irrespirável
Intragável a cada suspiro
Como uma negra fumaça pestilenta
A melancolia que carrego como cruz
Domina minha alma implacavelmente
Tornando refém de lembranças ruins

Palavras às vezes são versos invisíveis
Ecos imperceptíveis de um grito mudo
Incapazes de mancharem o papel sedento
Que clama pelo sangue em que a dor se lambuza
Pesadelos constantes em noites sem luar
Espasmos de um frio que se sente só
Roubando-nos a consciência de que existimos
E pulsamos para darmos-lhes vida

Palavras são sinfonias fantasmas
Como melodias efêmeras de desejos reprimidos
Poesias nunca antes escritas por mãos trêmulas
Amores incapazes de se revelarem
Estrelas cujo brilho podem se apagar
E ainda assim não perceberemos a tempo
São sentimentos perfeitamente camuflados
Que seguirão tenazes dominando este ser que vos escreve

(Rodrigo Saraiva – 31/07/14)





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