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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Conversas


Sempre quis me comunicar com os mortos
Adentrar nesta barreira invisível e inexplicável
Romper teorias e paradigmas
Crer no inacreditável

Uma vez achei que as almas
Vagavam pelos céus do ocaso
No exato momento do adormecer solar
E do dourado despertar lunar

Tentei em vão alcançá-las
Tanto por dizer
Desculpas a pedir
Carinhos a distribuir

Se eu pudesse me comunicar com os mortos
Gostaria de conversar com um estranho
Saber da historia de sua vida
Alegrias e angustias

Quantos sonhos ele deixou pelo caminho
Quantos amores carentes
Enfim o quanto ainda havia de vida
Naquele que não deveria ainda possui-la

Quem sabe assim eu aprendesse algo
Algo pelo qual valesse a pena lutar
Respirar enquanto houvesse ar
Insistir enquanto houvesse uma chance

Conseguindo me comunicar com os mortos
Finalmente compreenderia meus desejos
Se eu deveria me juntar a eles
Ou continuar brincando de viver

Seguindo com falsos sorrisos
Amores invisíveis
Versos inúteis
E esta dolorida esperança já falecida

(Rodrigo Saraiva – 30/08/12)

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