Por diversas vezes o amor
Acompanha de braços dados a culpa
Nutrindo-se canibalisticamente
De outros sentimentos agora secundários
Por diversas vezes o amor
Rompe laços com a sanidade
Toma para si a loucura
Salvação insegura dos desesperados
Por diversas vezes o amor
Carrega em si tanta dor
Que torna-se uma pulsação inconveniente
Ressaca oceânica a nos maltratar
Por diversas vezes o amor
Me fez desistir de mim mesmo
Incompatibilidade exacerbada
Desejo de liberdade reprimido
Pela última vez o amor
Fez de meus pensamentos versos obscuros
Jorro de palavras inconsequentes
Último suspiro de uma alma afogada
(Rodrigo Saraiva – 20/08/14)